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Advogada do marido de Sandra Xavier diz que ele é inocente e que não teme a exumação do corpo

A advogada Cássia Pantoja, que defende Azemar Gonçalves dos Santos Júnior, marido de Sandra Xavier, concedeu na sexta-feira 19, uma entrevista exclusiva ao portal A Voz do Xingu, para falar sobre o caso que ganhou as redes sociais e a mídia nacional esta semana. A advogada diz estar estarrecida pelo contorno que o caso ganhou e a forma que estão expondo a imagem do seu cliente.

Veja reportagem aqui: Filha que denunciou possível assassinato da mãe diz que família quer exumação do corpo

O caso em questão trata-se da causa da morte da consultora Sandra Luíza Xavier, de 47 anos, ocorrido no dia 25 de janeiro deste ano. Segundo o laudo do óbito a consultora faleceu de um infarto fulminante, mas nesta semana, a causa da sua morte foi questionada, após declarações feitas por Maria Luíza Xavier, filha do primeiro relacionamento de Sandra, o que ganhou grande repercussão nas redes sociais e na mídia.

A partir dessas declarações, Azemar Júnior, passou a ser visto pela sociedade como acusado de um possível assassinato de sua esposa. A advogada de defesa de Azemar é enfática em afirmar que isso não corresponde a realidade.

A entrevista exclusiva durou cerca de duas horas e foi feita no escritório da advogada e com a presença de Azemar Júnior, diante de uma mesa com dezenas de caixas de remédios, entre eles antidepressivos e insulina. A advogada Cássia Pantoja, afirma que todos eles eram consumidos diariamente por Sandra Xavier, que também costumava ingerir bebidas alcoólicas frequentemente.

Todos esses remédios aqui eram consumidos por Sanda e chega uma hora, que a vida cobra a conta. Quem conhecia a Sandra sabe que ela não tinha nenhum hormônio, tomava inclusive estriol, e olhe que isso tudo era misturado com bebidas”, disse Cássia. O remédio estriol, dito pela advogada, trata-se de um hormônio utilizado por mulheres para aliviar os sintomas da menopausa.

O marido de Sandra Xavier mostrou todos os remédios que ela utilizava (foto de Wilson Soares)

Mensagens – A advogada também fez questão de apresentar algumas mensagens que ela salvou, caso precise apresentar como prova perante a justiça, de conversas trocadas através de áudio e de texto entre Sandra Xavier e a filha Maria Luzia. Nessas conversas as duas têm algumas discussões calorosas, sendo a última delas no dia 16 de janeiro deste ano, segundo a advogada. “Eu acredito que ela esteja transferindo a consciência pesada do relacionamento dela com a mãe. E ela (Maria Luiza) quer punir alguém. E pra ela não se punir, ela tá punindo o Júnior”, disse Cássia Pantoja.

Questionada sobre o relacionamento entre Azemar Júnior e sua enteada, a advogada e o próprio Azemar afirmaram que ele sempre a tratou (Maria Luíza) como se fosse uma filha. Júnior teria inclusive comprado um cavalo no valor de R$ 30 mil reais só para agradar a enteada Maria Luiza, que segundo a advogada sofre de depressão.

Fotos – A advogada também já coleciona dezenas de fotos em que aparecem a família completa (Azemar, Sandra, Maria Luiza e João Paulo) em várias comemorações. Em todas, eles estão felizes. Entre essas festas realizadas em família estariam duas comemorações do aniversário de Sandra Xavier, no mês de novembro do ano passado. Sendo que uma foi realizada na cidade de Anapu e dois dias depois em Santarém e que, segundo advogada, a jovem Maria Luíza está fazendo questão de apresentar essas fotos nas redes sociais cortadas, na parte onde aparece seu padrasto Azemar.

Discussão – O portal A Voz do Xingu questionou a advogada sobre uma discussão que teria ocorrido entre Azemar e sua enteada, um dia após o enterro de Sandra Xavier, em que Maria Luíza afirma ter sido agredida pelo padrasto no momento em que ela foi usar o computador.

De acordo com a advogada, o notebook pertence a Azemar Júnior, e que o mesmo teria pedido a Maria Luíza, seu equipamento para escanear um documento, que teria que enviar urgente para Brasília, para dar entrada num seguro de vida que Sandra possuía, referente aos anos em que trabalhou no Instituo Avaliação (IA). Segundo Cássia havia a necessidade de encaminhar essa documentação com urgência já que, de acordo com ela, Azemar não tinha dinheiro para pagar os serviços funerário.

Nesta discussão pelo computador, a advogada afirma que Maria Luíza teria agido de caso pensado, pois teria já deixado o seu celular gravando o áudio. E que foi a jovem quem teria começado a agredir o padrasto com gritos. “Prova disto é que apareceu o próprio namorado dela (Maria Luíza) mandando parar com isso“, disse a advogada que também nega que Azemar teria expulsado Maria Luiza de casa.

A polícia chegou lá e não encontrou nada. Tanto é que a polícia falou pro meu cliente, que teria que ir na delegacia, por causa da ocorrência que a jovem teria solicitado. Também foi registado um BO contra ela sobre isso“, prossegue a advogada.

Seguro – Perguntado para Azemar sobre o valor deste seguro e se ele já teria recebido, o mesmo apresentou um extrato no valor total do seguro, que foi pouco mais de R$ 32 mil, sendo R$ 27 mil referente a morte e R$ 5.500 para custear os serviços funerário.

Azemar afirmou ainda que o dinheiro do seguro de vida de Sandra, foi creditado pela seguradora para cada um dos herdeiros, em suas contas pessoais. Inclusive a parte que pertence a Maria Luíza. Sobrando pra ele a quantia de R$ 19.211,79 e para João Paulo, o filho mais novo do casal, a quantia de R$ 6.825,24.

Azemar ainda foi questionado se Sandra possuía dinheiro em sua conta, ele negou e disse que ficaram muitas dívidas, uma vez que segundo ele, ela estava há mais dois anos sem trabalhar e neste período quem vinha sustentado as despesas de casa era ele, com seu salário.

Ele também se propôs a apresentar o extrato bancário. Cássia Pantoja completou dizendo que essas dívidas deixadas por Sandra, inclusive já teriam sidas apresentadas ao promotor de justiça, que teria mandado arquivar, afirmando que isso não seria de competência dele.

Joias – Questionado sobre a fala de Maria Luíza, em que ela diz ter sumido joias que pertenciam a sua mãe, a advogada disse que se trata de um cordão, dois anéis, uma pulseira e uma aliança de casamento com Júnior, e que elas estariam guardadas na casa. E que esses pertences não seriam apenas de Maria Luiza, já que o casal tem outro filho.

Exumação – A defesa também foi questionada se temia a exumação do corpo para realização de uma autopsia. A advogada disse que até queria que isso acontecesse para de fato ficar claro que Júnior não matou a Sandra. Ela também aproveitou para afirmar que ao contrário do que Maria Luíza disse, de que o processo estaria parado na Polícia, o delegado já teria até mandado arquivar o processo e apresentou ao portal uma série de documentos oficiais da polícia, contando com depoimentos de testemunhas, laudos médicos acompanhado de um ofício assinado pelo delegado David Henrique Flávio, no dia 11 de fevereiro, em que autoridade policial encaminhou ao Ministério Público pedindo o arquivamento da Verificação da Procedência de Informação (VPI de nº 01/2021), que foi aberto conforme o Boletim de Ocorrência de nº 00563/2021.1000.11-7 ainda em janeiro para apurar o caso.

De acordo com Cássia Pantoja a polícia trabalhou rápido no processo e não viu indícios que levassem ao pedido de exumação do corpo. “Exumar corpo não é como ela tá querendo, não. Se o delegado ver a necessidade de fazer uma exumação, ele requer ao juiz, mas tem um delegado aqui que já examinou tudo e diz que não houve homicídio”, pontuou a advogada.

Protocolos médicos – Cássia Pantoja disse ainda que no dia da morte de Sandra todos os procedimentos, conforme determina o protocolo médico, foram seguidos pela família ao observar que Sandra estava passando mal. Segundo ela, a família acionou o Samu, que compareceu ao local com cinco integrantes. A equipe examinou o corpo e constatou que já havia evoluído para óbito, e que como não se tratava de uma morte violenta.

Eles orientaram a família a acionar a funerária, para dar continuidade aos procedimentos cabíveis, e que foi a funerária quem levou o corpo para o Hospital do Mutirão, onde Sandra teria sido examinada por dois médicos que atestaram óbito como causa de infarto fulminante, ou seja, morte natural.

Júnior nem conhece essa médica que assinou o atestado de óbito. Não tinha porque fazer autopsia. Abrir corpo da Sandra, porque viu que a morte foi natural. Foi um infarto. Ela não tinha sinal de esganadura. Ela não tinha uma facada. Ela não tinha tiro. Se ela tivesse sido envenenada também tinha sinais. O corpo revela, ela estaria espumando, saindo sangue do nariz, dos olhos. O corpo fala”, disse.

Medida protetiva – Outra denúncia feita por Maria Luíza nas redes sociais, que foi contestada pela defesa de Júnior, foi o pedido feito à justiça de uma medida protetiva, em que a jovem diz que a justiça teria negado a ela.

Cássia Pantoja disse que, apesar de não ver a necessidade desta medida, uma vez que eles moram a mais de mil quilômetros de distância, a advogada apresentou a cópia de uma certidão concedida pelo juiz de direito Antônio Fernando de Carvalho Avilar, que responde pela Vara Agrária da Comarca de Altamira e que estava de plantão judiciário no dia 29 de janeiro de 2021, data em que foi assinada a medida que tem validade por 6 meses, podendo ser renovada caso haja necessidade.

Ciúmes – Questionado sobre o vídeo que ganhou as redes sociais, onde Azemar Júnior, aparece jogando o celular de Sandra no rio Xingu, a advogada diz se tratar de uma discussão de ciúme de casal que teria começado no ambiente onde os dois bebiam, e que o celular de Sandra estava quebrado e com problema de bateria, e que na segunda-feira, Azemar iria comprar outro pra ela. “Quem foi o casal que nunca discutiu?”, questionou a advogada à reportagem.

Nas redes sociais muitos internautas têm aproveitado para falar que Azemar seria homossexual e que o casamento com Sandra seria um desafio. Azemar Júnior foi enfático em afirmar que gosta de mulher, que é hétero. Já se ele seria um homem violento, como muitos comentaram, a advogada de defesa Cássia Pantoja, desafiou alguém a apresentar algum boletim de ocorrência feito contra seu cliente.

Sobre a história que Azemar teria quebrado o pé de Sandra, durante uma confusão do casal anos atrás, ele disse: “Nós até queríamos a exumação pra ver se ela tinha o pé quebrado. Sandra nunca quebrou o pé”.

A advogada disse que apesar do processo já ter sido arquivado, ao tomar conhecimento das declarações da jovem nas redes sociais, fez questão de pedir ao delegado que cuida do caso, para tomar o depoimento de seu cliente e de outras duas testemunhas que conviviam com o casal e que também tem conhecimento das divergências que tinham entre Sandra e Maria Luíza. Esses depoimentos foram tomados na última sexta-feira, 19.

A defesa de Azemar encerrou a entrevista afirmando que a jovem Maria Luiza estaria fazendo isso por dinheiro e que estaria tomando essas decisões por ser menor de idade e saber que não pode responder por isso.

Cássia Pantoja também disse que já registrou dois boletins de ocorrência contra a jovem, um no dia da confusão do computador e outro esta semana por calunia e difamação. “Ela disse que não está acusando ninguém, como não está? Dizendo que ele pode ter matado a mãe. No momento em que ela fala que a mãe pode ter sido envenenada, ela tá colocando em cheque o atestado de óbito, que é um documento assinado por profissional de saúde”, concluiu

Caso – Sandra Xavier, 47 anos, faleceu no dia 25 de janeiro deste ano, em sua própria residência. Sua morte foi tratada como “causas naturais”. Ela teria sofrido um infarto fulminante.

Dias após o sepultamento começou a circular nas redes sociais um vídeo das câmeras de segurança, onde horas antes o casal bebia junto e em um certo momento aparece Azemar Júnior jogando o celular da esposa no rio Xingu, em Altamira.

No último dia 17 de março, a jovem Maria Luiza Xavier, filha de um outro relacionamento de Sandra, publicou em sua página do Facebook um vídeo, onde ela denuncia que estaria sofrendo agressão do padrasto e contou que a mãe também era vítima de violência.

Repercussão – Ainda segundo ela, após a morte de Sandra, que foi chefe de gabinete na Prefeitura Municipal de Anapu e também como gerente da empresa gestora do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu, no sudoeste do Pará, vários pertences teriam desaparecido, como joias e o celular, que teria sido jogado em um rio pelo companheiro de Sandra.

A denúncia da jovem acabou ganhando repercussão nacional. No vídeo, Maria Luiza pede que o corpo da mãe dela seja exumado para confirmar a causa do óbito.

Fonte: Wilson Soares – portal A Voz do Xingu

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