Coluna

A paranoica cruzada contra fake news do homem que acreditou ser o Rei do Norte

O governador do Pará, Helder Barbalho, tem realizado, ao lado de sua aparelhada Polícia Civil, uma verdadeira perseguição a blogueiros, jornalistas, internautas e a qualquer um que critique suas ações, usando a narrativa do combate ao fake news sobre o coronavírus.

O que desde o princípio já nos salta aos olhos é que os alvos dessa sua cruzada paranoica são sempre as denúncias que envolvem o seu nome com compras superfaturadas, sem licitações, malversação do dinheiro público, privilégios a empresas amigas, e não outros assuntos propriamente relacionados à Covid 19, como se supunha.

Nessa luta esquizofrênica de Dom Quixote contra os moinhos de vento, fake news é tudo aquilo que desagrada esse “cavaleiro andante às avessas”, não importando se verdadeiro ou falso. Mais propriamente, é o “conteúdo noticioso suspeito” “que ofenda a honra pessoal de autoridades constituídas”, como previa o tipo penal de sua lei inconstitucional, natimorta que recebeu o apelido de Lei da Censura. 

Vale lembrar a frase de Millôr Fernandes: “Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim”. No nosso caso aqui no Pará, “fake news é aquilo que desagrada ao governador, todo o resto é jornalismo”.

O curioso disso tudo é que Helder Barbalho é um dos proprietários de um império de comunicação, que reúne o portal DOL, o jornal Diário do Pará, TV RBA e rádios. 

Mais recentemente, o Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação do diploma do governador Helder Barbalho (MDB) e do vice Lúcio Valle (PL) por abuso do poder econômico e uso abusivo dos veículos do grupo Rede Brasil Amazônia (RBA) na campanha eleitoral de 2018.

Entre outras acusações está a de disseminação de fake news. Ora, vejam só!!!!! Aos amigos do rei, tudo, e aos inimigos os rigores da lei.

Não é de se estranhar, basta questionar: quem financia os vídeos, verdadeiras peças publicitárias de propaganda negativa, acusando sites, blogs, pessoas de participarem de uma paranoica “rede de fake news”?

Basta parar para pensar um pouco: de onde vem o dinheiro das milhares de mensagens chapa branca, que nos chega, anonimamente pelo celular, afirmando, levianamente, que todo o dinheiro dos respiradores pagos à empresa SKN do Brasil já foi devolvido aos cofres públicos?

Não sou nenhum psicólogo, mas para mim, Helder parece ter levado a sério aqueles memes e brincadeiras que no início da pandemia lhe emprestaram o apelido de rei do norte, como na série Game of Thrones, e agora quer sair por aí cortando cabeças e calando adversários.

Ora tenha vergonha na cara, senhor governador, lá na série da HBO, o senhor está mais para Rei Joffrey que Jon Snow.

Por último, deixo-lhe aqui um recado usando a frase de um antigo aliado seu: ” fake news é meu ovo “!!!

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