Governadores americanos ignoram Trump e confirmam presença na COP30 em Belém
Mesmo sem apoio do governo federal dos EUA, coalizão de 24 estados envia delegação própria para reforçar compromisso climático e mostrar que ações ambientais avançam independente da Casa Branca.
A ausência oficial dos Estados Unidos na COP30, em Belém, não impedirá que o país esteja representado no maior encontro climático do mundo em 2025. Governadores, prefeitos e líderes estaduais americanos anunciaram que virão por conta própria, ignorando a postura anti-clima do ex-presidente Donald Trump e da administração federal.
“O governo nacional pode estar fora, mas o comprometimento e a liderança são muito maiores do que uma pessoa. Não temos reis e nem líderes soberanos”, afirmou Casey Katims, diretor executivo da Aliança Climática dos EUA, durante o Fórum de Líderes Locais, no Rio de Janeiro.
A declaração resume o espírito do relatório divulgado pela coalizão, que reúne 24 governadores responsáveis por reduzir em 24% suas emissões líquidas de gases estufa desde 2005, enquanto as economias desses estados cresceram 34%. “Nós somos resilientes, determinados e destemidos. E o mais importante, nossos estados estão unidos”, destacaram os governadores Tony Evers (Wisconsin) e Gavin Newsom (Califórnia).
Mesmo sem a Casa Branca, a Aliança vai liderar uma delegação de mais de 100 representantes locais à COP30. A mensagem que pretendem trazer a Belém é direta: a ação climática americana não está paralisada.
Os estados-membros vêm aumentando investimentos em energia limpa, infraestrutura verde e tecnologias de baixo carbono. De bombas de calor que já superam a venda de sistemas a gás, ao avanço dos veículos elétricos — mais de 1,5 milhão vendidos só em 2024 — os investimentos refletem mudança no padrão energético do país.
O setor elétrico lidera a redução de emissões, com queda de 45% desde 2005. O Novo México, por exemplo, tornou-se o único estado a comercializar energia de fusão nuclear e abriga a maior fazenda eólica da América do Norte.
O relatório aponta que os benefícios econômicos dessa transição podem chegar a trilhões de dólares nos próximos anos, com ganhos em saúde pública, redução de combustíveis fósseis e prevenção de danos climáticos.
“Mesmo quando o governo federal não reconhece a realidade da crise climática, nós continuamos avançando”, reforçou Casey.
Fundada em 2017, a Aliança Climática representa hoje 60% da economia dos EUA e mais da metade da população do país.



