O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou no último sábado (5) de uma reunião com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, no Rio de Janeiro. O encontro foi realizado um dia antes do início da 66ª Cúpula do Brics, marcada para os dias 6 e 7 de julho na capital fluminense. Li Qiang representará a China no evento, substituindo o presidente Xi Jinping.
Essa foi a primeira reunião oficial entre Lula e Li Qiang desde a visita do presidente brasileiro a Pequim, em maio, quando os dois países anunciaram acordos comerciais e investimentos no valor de R$ 27 bilhões.
Cooperação bilateral e investimentos
Durante o encontro, Lula e Qiang discutiram a ampliação da parceria econômica entre os dois países, com foco no agronegócio, telecomunicações e infraestrutura. A China demonstrou interesse em acelerar os processos técnicos para reconhecimento do Brasil como território livre de gripe aviária e febre aftosa sem vacinação, o que pode facilitar a exportação de produtos de origem animal.
O governo brasileiro também solicitou a análise de um modelo de regionalização dos certificados sanitários, como estratégia para ampliar as exportações agropecuárias.
Clima e COP30
A pauta ambiental esteve no centro das discussões, considerando a realização da COP30, marcada para novembro em Belém (PA). O Brasil pediu apoio da China ao lançamento do Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), proposto como mecanismo internacional de financiamento a projetos ambientais que valorizam os serviços ecossistêmicos das florestas tropicais.
Os dois países também manifestaram interesse em reforçar a cooperação climática e intensificar o diálogo na preparação para o evento da ONU sobre mudanças climáticas.
Brics e governança global
Lula e Qiang afirmaram compromisso com o multilateralismo e discutiram o papel do Brics na reestruturação de fóruns internacionais, especialmente nas áreas de comércio e clima. Ambos reforçaram o posicionamento do bloco em defesa de mecanismos multilaterais frente a tensões geopolíticas e desequilíbrios econômicos globais.
A reunião faz parte da agenda de articulação política do governo brasileiro antes da Cúpula do Brics, considerada estratégica para consolidar a presença do Brasil como interlocutor regional e global em temas econômicos e ambientais.
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