DENÚNCIA

Professores do Pará denunciam extinção das aulas presenciais no SOME e criticam novo modelo de ensino

Proposta para inglês ver

Professores da rede pública de ensino do estado do Pará têm buscado a imprensa independente e utilizado suas redes sociais para denunciar mudanças propostas pela atual gestão da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC). As críticas se concentram em um projeto piloto do governo de Helder Barbalho, conduzido pela titular da SEDUC, Rossieli Soares, que, segundo as denúncias, prevê a extinção das aulas presenciais no Sistema Modular de Ensino (SOME) no interior do estado.

De acordo com as informações que circulam, a gestão estadual articula uma mudança impactante no Sistema Modular de Ensino (SOME). Os alunos deixariam de ter aulas presenciais, que seriam substituídas por um formato remoto, com o conteúdo sendo transmitido por meio do canal online da SEDUC. A única presença física na sala de aula seria de um mediador, responsável por interagir com os estudantes e facilitar o aprendizado, mas sem a presença de professores especializados para cada disciplina, como ocorre atualmente. O modelo, segundo os críticos, se assemelha ao formato de cursinhos preparatórios para concursos públicos, com aulas online e pouca interação presencial com os educadores.

Em um trecho da denúncia, desabafa um professor ““Sobre o funcionamento da televisão em sala de aula, sabemos que existe um projeto piloto por aí, com um professor mediador, que assistirá às aulas pela TV junto com os alunos, de uma disciplina aleatória. Ao final da exibição, ele anotará as dúvidas dos alunos e se informará com os professores responsáveis, por meio de WhatsApp. Que educação é essa? Para nós, claramente, é uma farsa, principalmente para ganhar dinheiro. Quem vai ganhar? Bom, não sejamos inocentes”

O SOME:  

O Sistema Modular de Ensino existe desde a década de 1980, e surgiu para suprir a ausência de educação regular do ensino médio – de responsabilidade do Governo do Pará-, que encontrou essa solução para levar educação ao interior do Estado. As comunidades pressionaram, e então, a Seduc-PA passou a entrar com os professores e os municípios com a logística, como escolas. O sistema existe em todo o estado do Pará.

 Modular

Funcionando de maneira modular, os professores, em equipe, percorrem várias localidades remotas do Pará, permanecendo em cada uma delas por um bimestre e depois indo à outra, e o ciclo se reiniciando. Em 2014, a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) regularizou a atuação do sistema por meio de uma Lei, dando uma certa tranquilidade para a comunidade escolar e professores.

Segundo as denúncias, o governo estadual considera a modalidade atual de ensino presencial no interior do estado excessivamente onerosa e, por isso, decidiu extingui-la gradualmente. A proposta é substituir as aulas presenciais por uma central de mídia, que centralizaria a transmissão de conteúdo educacional de forma remota.

Realidade precária nas escolas públicas do Pará:

A realidade das escolas públicas do estado do Pará é marcada por uma infraestrutura extremamente precária. Muitas localidades onde os profissionais da educação atuam carecem de condições mínimas para o funcionamento adequado das unidades escolares. Entre estes desafios constantes está a falta de energia elétrica e o acesso limitado à internet, o que compromete ainda mais a qualidade do ensino e a implementação de soluções tecnológicas.

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