O defensor público do estado do Rio Grande do Norte, Serjano Marcos Torquato Valle, terá que se explicar bastante. Um áudio vazado revelou uma conversa polêmica entre o jurista e um interlocutor, a quem ele se refere como Gugu, na qual ele hostiliza mulheres simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro.
No áudio, o defensor inicia a gravação expressando gratidão a Deus, afirmando que “temos Alexandre de Moraes danando a caneta nessa canalha, nesses vagabundos”. No entanto, seus comentários não param por aí. Após mencionar que sua esposa chegou a votar em Bolsonaro nas eleições de 2018, o servidor potiguar concluiu: “a mulher que vota em Bolsonaro, se levar uma dedada no c_ e outra na b_c_ta, na rua, não pode reclamar”.
Infelizmente para o servidor, o áudio vazou e se tornou viral nas redes sociais, chegando até a Rádio 98 FM Natal.
Em meio ao constrangimento e saia justa, a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte emitiu uma nota se eximindo de culpa e comentando o incidente.
NOTA
A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte reafirma seu compromisso constitucional como instituição cuja função primordial é defender os cidadãos mais vulneráveis da sociedade, incluindo mulheres e vítimas de violência. Os princípios legais que orientam nossa atuação institucional não admitem nenhum contexto em que qualquer forma de violência seja justificada.
No exercício de nossas responsabilidades, a Defensoria Pública do Rio Grande do Norte conta com um órgão especializado no atendimento e defesa de vítimas de violência doméstica e familiar. Sua função principal é garantir o acolhimento dessas vítimas por uma equipe multidisciplinar composta por assistentes sociais, psicólogos e Defensores(as) Públicos(as) especializados(as) no tratamento dessas demandas.
As ações praticadas no âmbito da vida privada por membros de nossa instituição não refletem as posições institucionais, tampouco diminuem a importância da atuação da Defensoria Pública na defesa dos direitos das pessoas financeiramente vulneráveis e dos grupos sociais em situação de fragilidade. É equivocado qualquer tipo de insinuação com o intuito de prejudicar negativamente uma instituição cujo compromisso é buscar uma justiça social efetiva.
Com base nessas informações, este portal de notícias conclui duas observações pertinentes. A primeira delas é que, se o amor tenha venceu, aparentemente a Defensoria Pública do Rio Grande do Norte ainda não recebeu essa informação. A segunda constatação é que, caso haja a intenção de enviar um áudio comprometedor, não mande para o Gugu.
Escute o áudio na íntegra :
