Unidades de saúde de Belém têm aumento de mais de 110% nos casos suspeitos de Covid-19 em uma semana
Belém (PA) – Hospitais públicos e particulares de Belém registraram um aumento de casos suspeitos de Covid-19 na última semana. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), houve um crescimento de 112% no número de casos entre os dias 12 e 16 de outubro. O aumento também é confirmado por diretores de hospitais particulares e pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
Segundo o levantamento, entre os dias 5 e 9 de outubro, foram registrados, em média, 40 casos suspeitos de Covid-19 nas unidades de saúde de Belém. Uma semana depois, entre os dias 12 e 16 de outubro, os números dobraram e alcançaram a média de 85 casos ao dia.
Gripe – Os dados fornecidos pela Prefeitura de Belém no site “Painel Covid-19” se referem a casos de síndromes respiratórias agudas. Para a Prefeitura, os casos são tratados como suspeitos de Covid-19, por apresentarem sintomas similares.
No entanto, a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) informou que existem outros tipos de vírus respiratórios sazonais que circulam pelo estado, como o H1N1 e o rinovírus, que também ocasionam síndromes gripais.
De acordo com “Sistema Infogripe”, plataforma que indica os níveis de alerta para os casos reportados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), houve um crescimento no número de internações de casos suspeitos. Após uma grande queda no número de casos desde o final de abril, quando ocorreu o pico da doença em Belém, as internações voltaram a subir nos meses de setembro e início de outubro.
Barros Barreto – Apesar do aumento numericamente comprovado pela Prefeitura de Belém e pelo Infogripe, a Sespa convocou coletiva na sexta-feira, 16, e informou que há uma “redução da média móvel de casos e mortes” no Pará.
A coletiva foi realizada um dia após o Hospital Universitário João de Barros Barreto divulgar uma nota informando da suspensão de visitas e afirmando que houve “aumento no número de casos confirmados da doença no Pará” e “aumento de 280% do número de amostras em análise”.
Hospitais particulares – O aumento de casos suspeitos também é registrado em hospitais particulares da capital paraense. De acordo com o médico Samuel Bentes, que trabalha na rede privada de saúde, o mês de outubro teve um aumento significativo de pacientes com sintomas de síndromes gripais.
“Há um mês, a gente raramente recebia pacientes com sintomas de Covid, mas isso tem mudado. De agosto pra cá, várias pessoas têm chegado aos hospitais com sintomas”, conta Samuel Bentes.
Isso também é confirmado pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Pará. De acordo com o presidente Breno Monteiro, pelo menos cinco hospitais particulares de Belém precisaram reabrir alas exclusivas para Covid-19.
“Agora vemos muitos locais reabrido alas, andares inteiros de hospital para atender pacientes sintomáticos. Temos números de pacientes suspeitos que, se comparados com agosto e setembro, são pelo menos duas vezes maior”, afirma Monteiro.
Fundação Oswaldo Cruz – O pesquisador da Fiocruz, Diego Ricardo, não tem dúvidas de que os hospitais em Belém estão mais cheios. No entanto, ele afirma que isso não significa uma segunda onda de infecção no Estado. Para o pesquisador, essa tendência de crescimento liga um alerta para que as pessoas não relaxem nas medidas prevenção à Covid-19.
“A gente tem uma tendência de aumento, claro que muito menor que o primeiro processo epidêmico. A previsão, em curto prazo, mostra que a tendência deve se manter. As pessoas têm confundido a flexibilização do isolamento com a normalização da vida. O vírus continua circulando. As pessoas devem evitar qualquer tipo de aglomeração”, conta o pesquisador.
Sespa – Na sexta-feira, 16, em entrevista coletiva em Belém, o diretor de Vigilância em Saúde da Sespa, Denilson Feitosa, afirmou que o número de novos casos de confirmados de Covid-19 no Pará caiu 62% entre setembro e outubro. Segundo ele, uma série de hospitais que tinham perfil exclusivo para tratamento de Covid-19 estão voltando aos atendimentos normais.
Fontes: TV Liberal e G1 Pará