
O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias, será ouvido pela Polícia Federal (PF) em até 48 horas, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A decisão foi tomada depois que o general apareceu em filmagens no terceiro andar do Planalto durante a invasão do dia 8 de janeiro, divulgadas pela CNN Brasil.
Além disso, Moraes pediu ao ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, que identifique em até 24 horas todos os militares e funcionários que aparecem nas imagens auxiliando os extremistas. A PF também deverá apurar se todas as imagens do dia da invasão foram periciadas e se as providências necessárias foram tomadas. Os militares do GSI que aparecem nas filmagens também serão intimados a prestar depoimento, caso ainda não tenham sido ouvidos.
Gonçalves Dias deixou o governo após a divulgação das imagens e se tornou o ministro que ficou menos tempo no cargo durante o governo de Lula, com apenas 3 meses e 18 dias no posto. Durante uma reunião com o presidente Lula, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSD), além dos ministros Flávio Dino (Justiça), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secom) e Rui Costa (Casa Civil), Dias decidiu pedir demissão.
As imagens divulgadas pela CNN Brasil mostram um suposto integrante do GSI, que, segundo a emissora, seria um capitão, caminhando próximo aos invasores. Em um momento, ele circula perto dos extremistas e chega a cumprimentá-los. Já por volta das 16h29, Dias caminha sozinho e tenta abrir algumas portas. Em seguida, dirige-se ao corredor e entra no gabinete presidencial. Minutos depois, o ministro aparece no mesmo corredor, acompanhado de invasores e aparenta indicar o local para as escadas do prédio. Pouco tempo depois, integrantes do GSI aparecem e ajudam na orientação.
A determinação do ministro Alexandre de Moraes para que a PF ouça Gonçalves Dias e os militares do GSI que aparecem nas imagens faz parte das investigações sobre a invasão do Capitólio brasileiro, que vem sendo conduzida pelo STF. A invasão, ocorrida em 8 de janeiro, foi liderada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e deixou diversos feridos, além de ter sido considerada um atentado à democracia.