A violência contra agentes de segurança pública na Região Metropolitana de Belém (RMB) alcançou níveis alarmantes em 2024. De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, de janeiro a outubro, 30 agentes foram baleados, dos quais 20 perderam a vida. A maioria desses ataques ocorreu quando os agentes estavam de folga, expondo uma vulnerabilidade crescente para profissionais que, fora do trabalho, tornam-se alvos frequentes.
Aumento de ataques fora de serviço preocupa especialistas
Eryck Batalha, coordenador do Instituto Fogo Cruzado no Pará, destacou que a RMB está entre as áreas mais afetadas por ataques a agentes de segurança, ficando atrás apenas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ele também ressaltou que, no Pará, houve um aumento de 17,6% na vitimização de agentes fora de serviço entre 2022 e 2023, segundo o Anuário de Segurança Pública. “Cada região apresenta particularidades que demandam dados específicos e conhecimento qualificado para criar soluções localizadas”, afirma Batalha.
Perfil das vítimas e violência armada
A Polícia Militar é a corporação mais afetada, com 19 agentes baleados, dos quais dez morreram. A Polícia Penal teve seis agentes baleados, cinco deles fatalmente, e a Guarda Municipal registrou três mortes. Casos recentes incluem a morte do militar aposentado Odilson Pereira Carvalho, executado em frente a sua casa no bairro do Jurunas por criminosos em uma motocicleta, modalidade comum de ataque na região.
Apelo por ações estratégicas e políticas públicas
Batalha enfatiza a necessidade de estratégias robustas de segurança e políticas que controlem a entrada e circulação de armas, além de condições de trabalho que priorizem a prevenção da violência. “É preciso fortalecer as instituições e adotar políticas públicas que aumentem a proteção dos agentes, especialmente em períodos fora de serviço, quando se tornam alvos mais vulneráveis”, finaliza.



