
Um vídeo que viralizou nas redes sociais no início de agosto, atribuído ao trajeto de uma empresária até uma hospedagem de luxo durante a COP30, em Belém (PA), é falso. As imagens foram gravadas em Tiblisi, capital da Geórgia, país localizado no leste europeu.
O conteúdo foi publicado na última sexta-feira (1º) na plataforma X (antigo Twitter), com a legenda: “Empresária que viria ao Brasil para a COP30, faz vídeo para mostrar o caminho que teria que percorrer para chegar à acomodação de 300.000 reais por semana”. A postagem superou 2,3 milhões de visualizações.
No vídeo, uma mulher de blazer preto e salto alto caminha por uma via estreita, cercada por casas sem acabamento externo, com fiação e encanamento aparentes. Ao fundo, aparece uma muralha com uma torre no topo — estrutura que levou especialistas em checagem de fatos a identificar o local como a Fortaleza de Naricala, ponto turístico em Tiblisi. No mesmo local, está a igreja de São Nicolau, cuja torre é visível na gravação.
A informação foi verificada pela equipe do Fato ou Fake, do site G1, que utilizou a ferramenta InVid para dividir o vídeo em vários frames (imagens estáticas) e, em seguida, realizou buscas reversas com o Google Lens. As investigações levaram ao vídeo original, publicado no TikTok em 6 de maio deste ano. Nos comentários da publicação, usuários já citavam a Geórgia como o local da gravação.
Além disso, a Prefeitura de Belém, consultada por e-mail, confirmou que as imagens não foram registradas na cidade.
A publicação circula em meio a discussões sobre o valor e a disponibilidade de hospedagem em Belém para a COP30, evento climático da ONU marcado para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro. Estão previstas cerca de 45 mil pessoas na cidade durante a conferência, enquanto Belém conta, atualmente, com cerca de 18 mil leitos de hotel.
Na última semana, o Escritório de Mudanças Climáticas da ONU realizou uma reunião emergencial para tratar dos preços elevados de hospedagem. Representantes de seis países, incluindo nações europeias, relataram dificuldade para garantir acomodações, e alguns governos já consideram reduzir o número de participantes enviados à conferência.
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