VERGONHA: Fábrica da Tramontina ameaça sair de Belém se Ed não eliminar os lixões em Icoaraci
A renomada empresa Tramontina, reconhecida por sua atuação no mercado nacional e internacional, expressou sua profunda preocupação com a situação do gerenciamento de resíduos em Belém, capital do Pará. A empresa, que possui instalações em Icoaraci, um dos distritos da cidade, enviou uma nota ao prefeito Edmilson Rodrigues e às secretarias responsáveis, demonstrando sua indignação com o problema do acúmulo de lixo nas ruas e exigindo providências urgentes e sustentáveis para solucionar a crise.
A situação alarmante do lixo em Belém tem sido motivo de constrangimento para a Tramontina, que se sente “morta de vergonha” diante de seus clientes, inclusive representantes de grandes players do mercado. A empresa ressalta que a Região Metropolitana de Belém produz anualmente cerca de 803 mil toneladas de lixo urbano, o equivalente a mais de 2 mil toneladas de resíduos por dia, de acordo com dados da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos.
Um dos principais pontos de preocupação é o processo licitatório para a coleta do lixo na cidade, avaliado em R$ 1 bilhão. O processo tem se arrastado por ajustes intermináveis, supostamente para atender aos requisitos legais, conforme justificado pela gestão do prefeito Edmilson Rodrigues, filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). No entanto, até o momento, a concorrência pública não tem uma data definida para ocorrer, embora o Aterro de Marituba tenha prazo de validade até agosto deste ano.
Em março, o Tribunal de Contas dos Municípios do Pará emitiu uma medida cautelar monocrática determinando que a Secretaria de Saneamento de Belém enviasse relatórios mensais sobre o trâmite do certame, com prazo de execução de até 120 dias. No entanto, não houve informações sobre se o envio dos relatórios ocorreu, o que levou o tribunal a classificar a Secretaria como “omissa”.
A situação se agrava especialmente em Icoaraci, Outeiro e arredores, onde foram registradas montanhas de lixo nas ruas. Moradores da região relatam que a coleta de lixo da prefeitura não possui um cronograma regular, resultando em cenas grotescas e insustentáveis de acúmulo de resíduos. A empresa Belém Ambiental, responsável pelo segundo lote da coleta, não forneceu explicações sobre a situação e afirmou que as informações devem ser obtidas junto à Secretaria de Saneamento.
Diante desse cenário caótico, a Tramontina decidiu se manifestar e mostrar sua preocupação com a crise de lixo em Belém. A empresa destaca que a população dos distritos afetados não tem a quem recorrer, mas ressalta que, como um importante inquilino na região, é necessário chamar a atenção para a gravidade da situação. A Tramontina alerta que a crise compromete seus negócios e ameaça deixar a cidade, caso não sejam tomadas medidas efetivas para solucionar o problema.
A nota enviada pela Tramontina ao prefeito e às secretarias municipais foi acompanhada por mais de 20 fotos que evidenciam o impacto negativo do acúmulo de lixo na Região Metropolitana de Belém. A empresa espera que a gestão municipal tome providências urgentes e implemente soluções sustentáveis para lidar com a crise de lixo, a fim de preservar a qualidade de vida dos cidadãos, a imagem da cidade e garantir um ambiente propício para negócios e investimentos.