Vereador Sargento Silvano perde o pai para Covid-19 e ele volta a criticar Bolsonaro
Belém (PA) – O aposentado Francisco Rodrigues Lopes, de 65 anos, pai do vereador Sargento Silvano, estava internado por conta da Covid-19, e não resistiu. Francisco faleceu no último sábado, 16. O vereador lamentou que nem ele, nem a família puderam velar o corpo do patriarca.
Em sua página no Facebook, Sargento Silvano escreveu “Essa maldita doença. Não podemos velar o corpo do nosso pai. Meu Deus!”
Há pouco mais de um mês, foi o próprio Silvano que contraiu o vírus, e, mudando opinião, criticou duramente o presidente Jair Bolsonaro, que havia dito que a doença “era só uma gripezinha”. Depois da morte do pai, Silvano retomou as críticas.
Rompimento – Após sair em defesa do presidente, neste período, dez pessoas da família do vereador adoeceram, incluindo ele, a esposa e os filhos. O pai ficou 32 dias com a Covid-19, sendo 22 internado e 14 sob respiração mecânica.
Depois de ter a família atingida pelo novo coronavírus, o vereador mudou a postura em relação ao isolamento social. No dia 20 de abril, ele publicou nas redes sociais: “Isso não é uma gripinha (sic), como disse o Bolsonaro. O presidente mente para o povo brasileiro. Bolsonaro perdeu o meu respeito! Falo de tudo que tenho sofrido com minha família nesses últimos dias”. O Sargento Silvano confirmou que agora defende o isolamento social.
Em entrevista ao portal UOL, Sargento Silvano mostrou seu descontentamento: “Agora defendo o lockdown. Meu pai, por exemplo, construiu um patrimônio, mas quando foi enterrado não levou nem a roupa do corpo. Foi enterrado no lençol do hospital e em um saco. O que significa isso? Que defendo o isolamento e lockdown. O emprego é importante, mas se tu morrer, vai sem nada, como aconteceu com meu pai. Estão brigando para abrir o comércio, mas se tu morrer, não vai levar nada, amigo”, declarou. “Todo mundo subestimou e não acreditou, mas a morte chegou”, enfatizou
O vereador diz acreditar na ciência. Ele, inclusive, não recomenda a azitromicina e hidroxicloroquina – remédios defendidos por Bolsonaro – por não haver estudos que indiquem a eficácia das medicações.
Com informações do UOL