A Vale enfrenta uma nova interrupção em suas operações na mina de Onça Puma, que produz níquel no Pará. O Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) suspendeu uma liminar que permitia a empresa operar a mina desde o final de fevereiro, de acordo com um comunicado divulgado pela mineradora na quarta-feira à noite.
A Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Pará (Semas) havia determinado a suspensão das licenças de duas minas da Vale em fevereiro: Sossego, que produz cobre, e Onça Puma, que produz níquel. No entanto, a Vale conseguiu uma liminar para retomar as operações em ambas as minas no final de fevereiro, emitida pelo juízo de Ourilândia (PA).
Em 1º de março, o governo paraense recorreu da decisão liminar, levando o caso à segunda instância do TJPA. O recurso foi aceito, derrubando a liminar anterior e exigindo que a Vale interrompesse novamente as operações na mina de Onça Puma. A mina de Sossego, por outro lado, continua operacional.
A Vale afirmou que recorrerá da decisão, buscando reverter a situação tanto no TJPA quanto em tribunais superiores em Brasília.
Essa disputa judicial ocorre em um momento delicado para a mineradora, que enfrenta desafios em seu relacionamento político com os governos federal e estaduais. Executivos da Vale destacaram que a suspensão das licenças ocorreu devido a problemas nos relatórios de informação sobre as operações, não por irregularidades em seu funcionamento.
O relacionamento político tem sido um ponto de tensão, contribuindo para a substituição do CEO Eduardo Bartolomeo, cuja habilidade de lidar com governos foi questionada. O mau relacionamento com o governador do Pará, Helder Barbalho, foi citado como um exemplo dessa falta de habilidade.



