Anunciada a lista da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo do Qatar, a primeira pergunta feita ao técnico Tite foi sobre a convocação de Daniel Alves, de 39 anos. O questionamento foi repetido várias vezes ao longo da entrevista, na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), no Rio de Janeiro, e o treinador chegou a se incomodar com uma enquete no Twitter que apontava reprovação à escolha.
“Que referência é o Twitter com os milhões de torcedores que temos? Não vim para agradar quem está nas mídias sociais. Respeito opiniões divergentes e não estou aqui para convencer a todos. Não tenho essa pretensão. Todos têm meu respeito, mesmo essa parcela diminuta? São 220 milhões de brasileiros? Respeito, sim”, afirmou.
Chamaram a atenção outras escolhas, como a inclusão de Martinelli e a exclusão de Roberto Firmino, mas ficou claro que a maior contestação foi mesmo em relação a Daniel Alves. O lateral, que disputou apenas 12 partidas desde que chegou ao Pumas, no meio do ano, vem recebendo críticas no México.
“O critério do Daniel Alves é o critério de todos. Ele premia qualidade técnica individual, premia seu aspecto físico e traz seu aspecto mental. Tal qual os outros. Alguns com mais de uma qualidade, outros mais de outra”, afirmou Tite, que disse estar acompanhando a preparação realizada pelo experiente jogador.
“Ele estava com baixos níveis de potência e força. Isso foi falado a ele. Eu disse que precisava melhorar esses níveis, e ele me respondeu: ‘Missão dada, missão a ser cumprida, e será cumprida’. No aspecto físico, ele se encontra apto”, declarou o técnico. “Os laterais na equipe brasileira não atuam como pontas. São construtores. Não vai ter 60, 70 metros de ida e volta.”
Com a escolha do veterano -que atuou nos Mundiais de 2010 e 2014 e ficou fora do de 2018 por lesão-, Tite decidiu levar só quatro zagueiros (Thiago Silva, 38, Marquinhos, 28, Militão, 24, e Bremer, 25).
Uma hipótese, como ocorrera na última lista para amistosos, era chamar um quinto beque e deixar Militão como opção para a lateral.