Thelma fala sobre pandemia: “Não me sinto preparada para linha de frente”

Um “BBB” histórico terminou com uma vitória histórica. Há duas semanas, Thelma Assis, médica e única anônima a chegar até a final do programa, se consagrou como a grande campeã da 20ª edição do reality show, superando as já famosas Rafa Kalimann e Manu Gavassi. Foi uma vitória dos posicionamentos coerentes e do carisma de Thelminha, que acabou se tornando inspiração para muita gente do lado de fora da casa mais vigiada do Brasil.
Em meio à correria pós-programa e ao seu segundo confinamento, Thelma conversou com o UOL sobre o choque com a pandemia de covid-19, a luta contra preconceitos dentro e fora do programa e quais serão seus próximos passos.
Como médica, como foi para você sair da casa e ver a situação instaurada aqui fora pela pandemia de covid-19?
Eu não imaginava a proporção que essa pandemia fosse tomar. Não imaginava a gravidade da situação. Quando nos foi anunciado pelo Tiago Leifert, nós imaginamos que pudesse ser algo mais resolutivo a curto prazo. E foi um impacto muito grande esse conflito com a realidade pós-confinamento, tendo que iniciar, então, um novo confinamento forçado.
Neste momento, você cogita voltar a trabalhar para colaborar no combate à pandemia ou ajudar seus colegas de alguma outra forma?
A rotina de trabalho da minha especialidade mudou muito. Eu também estou desatualizada, não me sinto 100% preparada para encarar uma linha de frente nesse momento. Porém, eu tenho utilizado meu lugar de fala para contribuir de outras formas, que é a orientação.
Então, eu tenho feito lives na minha página do Instagram sempre abordando o tema de covid-19 e tentando orientar as pessoas da importância do uso das máscaras, da importância do confinamento e pretendo continuar fazendo isso, além de me engajar em campanhas que possam arrecadar fundos em prol das pessoas que vêm sofrendo dificuldades financeiras em decorrência dessa pandemia.
Nota do editor: A entrevista foi feita dias antes de Thelma ser parte de uma campanha da prefeitura de São Paulo, cidade onde mora, a favor do isolamento social.
A longo prazo, como você gostaria de encaminhar a sua carreira? Você pensa em seguir na medicina ou tem outros planos?
Eu fiquei muito feliz com a bandeira de representatividade que foi levantada em torno do meu nome e eu quero usufruir, sim, desse lugar de fala que eu conquistei, que as pessoas me deram por identificação com a minha história. Quero ficar ativa nas redes sociais, em todos os espaços e plataformas, para poder incentivar outras pessoas a conquistarem tudo o que elas almejam.
Pretendo muito atuar nessa parte, com palestras, medidas sociais. Ainda não consegui desenhar cem por cento. E aos poucos, sim pretendo voltar a fazer anestesia, mas um pouco mais para a frente e de forma um pouquinho mais devagar.
Como você tem passado a quarentena após ter saído do “BBB”? Você conseguiu já voltar para casa e ver a sua família?
Voltei para casa, minha família é bem pequena. Eu estou confinada no meu apartamento com meu marido, e a minha mãe mora no mesmo prédio. Nós nos encontramos em um primeiro momento, mas por ela fazer parte do grupo de risco -ela é idosa e diabética- eu tenho optado em deixá-la confinada no apartamento dela e a gente se comunica por telefone ou interfone.
Como o Tiago Leifert bem colocou no dia da final, sua vitória no “BBB” foi histórica. Como é saber que a partir de agora você é, também, uma inspiração e um exemplo para muita gente que acompanhou sua trajetória, incluindo meninas negras que não costumam se ver tanto na TV?
É uma honra saber que eu servi de inspiração. Tenho recebido vídeos com mensagens de muitas crianças, meninos e meninas negras, que vivem realidades parecidas com as quais eu vivi quando eu também era criança.
Vejo nessas pessoinhas o incentivo e a inspiração para não desistirem do que elas têm vontade de fazer na vida.
E isso me motiva muito, me motiva a continuar, a desenvolver ações para que eu continue servindo de incentivo e inspiração para essas pessoas.
Fonte UOL



