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Suspeitos de fraude no Enem para Medicina negam envolvimento após depoimento à PF

Após serem alvos de uma operação da Polícia Federal em Marabá, André Ataide, Eliesio Ataide e Moises Assunção, suspeitos de fraudar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para ingresso no curso de medicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA), negaram veementemente as acusações em depoimento prestado à autoridade policial na última sexta-feira (16).

De acordo com o advogado Antonio Quaresma, que acompanhou os depoimentos de André e Eliesio, ambos negaram qualquer participação em atos ilícitos. André afirmou não ter respondido às provas em nome dos demais, enquanto Eliseio declarou ter realizado seu próprio exame para ingresso na universidade em 2022.

Já o Escritório Valente & Matias Advogados, representado pelos advogados Jordano Matias e Dionísio Valente, acompanhou o depoimento de Moises Assunção e reiterou que seu cliente seguirá cooperando com as autoridades. Eles ressaltaram que o caso está em fase inicial e confiam que, durante a instrução processual, conseguirão provar a inocência de Moises.

Em comunicado à imprensa, a assessoria da Uepa destacou que a execução das provas do Enem é de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), enquanto a universidade acompanha e colabora com as investigações conduzidas pela Polícia Federal. A instituição aguarda a conclusão do processo para tomar as medidas cabíveis. Entretanto, a coordenação da universidade em Marabá não se pronunciou sobre o caso.

Os suspeitos foram alvos da “Operação Passe Livre” da PF, que apura a fraude no Enem. A investigação indica que André Ataide teria utilizado identidades falsas para fazer a prova em nome dos outros dois suspeitos. Eliesio Ataide e Moises Assunção teriam sido beneficiados nos exames de 2022 e 2023, respectivamente. Nas residências dos investigados foram encontrados telefones celulares, provas do Enem de 2019 a 2023 e manuscritos.

Segundo a Polícia Federal, perícia constatou que as assinaturas nos cartões de resposta e as redações não foram produzidas pelos inscritos nos processos seletivos do Enem. As investigações continuam para verificar se existem outros aprovados irregularmente por meio desse esquema criminoso. Os investigados poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso, entre outros, se confirmada a hipótese criminal.

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