Sindicato dos Médicos do Pará denuncia caos de atendimento instalado no PSM da 14 de Março
Documento formulado pela Coordenação da Clínica Médica do Hospital e Pronto Socorro Municipal Mario Pinotti (PSM da 14 de Março) detalha o atual cenário em que a unidade se encontra. Faltam insumos e medicamentos, entre material para coleta de exames até medicações sintomáticas. Soma-se a isso as constantes paralisações entre as especialidades que deixam a equipe exposta e incapaz de ajudar os pacientes. O Sindicatos dos Médicos do Pará (Sindmepa) já solicitou fiscalização ao Conselho Regional de Medicina (CRM-PA) e enviou diligência ao Ministério Público Estadual (MP-PA) e à Sesma.
As denúncias que chegam ao Sindmepa detalham a falta de itens básicos e indispensáveis, como soro fisiológico, glicose e soro glicosado, antibióticos como clindamicina, ceftriaxona, cefepime, cefalexina, vancomicina e ampicilina, dentre outros, além de outras categorias de fármacos e materiais, inclusive simplórios, como luvas.
De acordo com o documento, cerca de 60% dos pacientes internados aos cuidados da Equipe da Clínica Médica do Hospital estão em uso de antimicrobianos, entretanto, com a falta de medicamentos se torna irresponsável admitir pacientes que necessitem desse tipo de internação. Pacientes que procuram internação hospitalar em decorrência de infecções, na maioria das vezes, ou já tentaram tratamento via oral sem sucesso, ou estão em estado grave necessitando de medicação endovenosa. Pois a capacidade de resolubilidade com as opções disponíveis está reduzida.
O HPSM Mário Pinotti é referência para patologias vasculares que necessitam de intervenção cirúrgica. Contudo, a equipe de Cirurgia Vascular encontra-se reduzida. O documento ainda relata constantes problemas técnicos no elevador do Bloco B ou nas mesas do bloco cirúrgico que fez com que a frequência desses procedimentos que auxiliam na contenção das infecções reduzisse drasticamente, levando a um agravamento do quadro dos pacientes que procuram o hospital.
“E isso, somado a ausência de opções para escalonamento antimicrobiano levará à alta morbimortalidade hospitalar, sem falar em tempo de internação e necessidade de leitos críticos, que são outros indicadores de qualidade de assistência e impactam nos custos hospitalares”, alerta o documento.
O atual cenário prejudica tanto a população quanto os profissionais que se dedicam diariamente às suas funções. O Sindmepa tem tomado providências acionando os órgãos competentes na busca de soluções para os problemas, inclusive com a recomendação de um gabinete de crise, incluindo medidas jurídicas para acelerar a aquisição dos medicamentos e insumos faltantes, com a participação do Sindmepa e ampla divulgação à categoria médica e à sociedade civil.
Fonte: Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa)