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Sete PMs são investigados por execução e simulação de confronto no Marajó

Operação Quinto Mandamento, do Ministério Público, apura se policiais mataram homem e plantaram provas para encobrir crime em Ponta de Pedras. Dois agentes foram presos preventivamente.

Sete policiais militares estão sendo investigados por envolvimento em uma suposta execução sumária ocorrida em outubro de 2023, na zona rural de Ponta de Pedras, no arquipélago do Marajó. A ação é resultado da Operação Quinto Mandamento, deflagrada nesta quinta-feira (20) pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), com apoio do Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI/MPPA).

Segundo o MPPA, os agentes são suspeitos de forjar um confronto armado para encobrir o homicídio de um morador conhecido da comunidade. Testemunhas afirmam que drogas e uma arma foram colocadas ao lado do corpo da vítima para simular uma ação legítima. Um laudo necroscópico revelou que a vítima foi baleada no tórax e nas costas, contradizendo a versão inicial apresentada pela guarnição.

Prisões e afastamentos

A Justiça de Ponta de Pedras acatou os pedidos do Ministério Público e expediu mandados de prisão preventiva, afastamento cautelar do serviço ativo e buscas e apreensões contra todos os sete PMs envolvidos. Dois policiais foram presos preventivamente, sob justificativa de risco à ordem pública e possível coação de testemunhas.

Durante a operação, foram apreendidos celulares, armas, documentos e mídias digitais que serão analisados em busca de provas. A Justiça também determinou o recolhimento das armas dos PMs afastados, restrição de circulação institucional e reestruturação do efetivo na área.

Novos crimes investigados

Além do homicídio, os policiais também são investigados por fraude processual, abuso de autoridade, falsidade ideológica, coação de testemunhas e até tráfico de drogas — crimes que surgiram no decorrer das investigações e serão analisados em processos paralelos.

As apurações seguem sob sigilo para garantir a proteção das testemunhas e assegurar a responsabilização penal dos envolvidos. O nome da operação, Quinto Mandamento, faz referência ao mandamento bíblico “não matarás”, em alusão à gravidade das acusações enfrentadas pelos agentes.

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