Sem teto constrói “casa” na parte superior de abrigo de ônibus na Cidade Velha

Quem nos conta mais uma presepada da “Belém das Nova Ideias”, da gestão Edmilson Rodrigues (PSOL), é o jornalista Olavo Dutra. Vá vendo.

“Quando você pensa que já viu de tudo, eis que a Belém das novas ideias surpreende com mais bizarrices. Mototaxista que desembarcou passageiro à avenida Tamandaré, no bairro Cidade Velha, se espantou ao observar que um dos abrigos construídos para proteger passageiros de ônibus fora transformado em ‘residência de sem teto’. Sutilmente, o ocupante do espaço armou uma estrutura em madeira na parte superior do abrigo e instalou suas acomodações noturnas”.

“Detalhe: só se dá conta da ‘moradia’ quem tenta usar o abrigo de passageiros. Não é possível escapar do entendimento que esses abusos – por esperteza ou pura necessidade – decorrem da flagrante inoperância da administração municipal. A cidade virou casa de Noca quanto à ocupação de espaços públicos no [bairro do] Comércio, nas principais avenidas, como a Presidente Vargas, e outras áreas consideradas nobres de Belém, onde ruas ganham lombadas ao gosto de moradores em extensão e altura, bares invadem calçadas subtraindo espaço de transeuntes e o lixo, na ausência de coleta, é exposto a céu aberto”.

“No caso da Prefeitura de Belém, aproveitando comentário de atento leitor da coluna, a questão é a seguinte: a atual gestão teima em não entender que administrar é definir prioridades e não as define. E, como apalermada, volta sua atenção imediata para o aleatório. Belém tem três problemas crônicos: lixo – degradação ambiental -, transporte precário e desordenado e ocupação urbana sem regras”.

“O que fazer em cada uma dessas questões? Os debates eleitorais não pautam. Criam problemas fictícios como – esse ou aquele candidato é a favor ou contra o aborto. A agenda do prefeito é o que aparece naquele dia para fazer, o que representa, ao final e ao cabo, um círculo vicioso sem fim, que só faz piorar na medida em que a cidade cresce e esses mesmos problemas crescem com ela. É a cara de Belém, infelizmente”.