O Tesouro Nacional descortinou um cenário econômico alarmante para o Brasil, anunciando um déficit de R$ 104,6 bilhões nas contas do governo central nos oito primeiros meses do ano, marcando o pior resultado do início de um primeiro mandato presidencial em três anos.
Esse agravamento financeiro tem como principal catalisador a PEC da transição, aprovada no fim do ano passado pelo governo Lula, que permitiu um aumento significativo nas despesas públicas para acomodar gastos sociais, como o Bolsa Família.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, busca restabelecer o equilíbrio fiscal e eliminar o déficit até 2024 através de estratégias para maximizar a arrecadação. Contudo, os progressos têm ficado abaixo das expectativas. Para este ano, a meta fiscal permite um déficit de R$ 216,4 bilhões, o equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Embora Haddad tenha prometido um déficit de até 1% do PIB no primeiro ano de gestão, as projeções atuais apontam para um resultado negativo de R$ 141,4 bilhões, ou 1,3% do PIB, alcançado já no sétimo mês do ano. Agora, para manter o compromisso, o governo precisa implementar medidas para evitar o declínio do resultado primário até dezembro. No entanto, os números não são positivos: em agosto, houve a terceira redução consecutiva na receita, comparado ao mesmo mês de 2022, intensificando as inquietações da equipe econômica.
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, enfatizou a necessidade de vigilância sobre a trajetória fiscal, especialmente após os gastos excessivos gerados pela pandemia de Covid-19. Ceron evidenciou que várias despesas já estão comprometidas e que esforços estão sendo feitos para incrementar a receita. “Esse processo vai se ajustando ao longo do tempo”, declarou, afirmando que a meta do governo é alcançar um resultado o mais próximo possível do ideal.
Com informações VEJA