Era 05 de outubro de 2017. Heley de Abreu Silva Baptista, 43 anos, era casada há 23 anos. Era professora em uma creche na cidade de Janaúba, ao norte de Minas Gerais.
Mãe de três meninas, uma de 15, outra de 12 e a terceira de apenas um ano e três meses, era considerada pelos colegas de trabalho e amigos mais próximos uma verdadeira guerreira. Perdeu um outro filho aos 4 anos, afogado em um trágico acidente numa piscina. Isso há 16 anos. A tragédia, dizem fontes mais próximas, a marcou muito, mas mesmo assim não a impediu de que encontrasse forças para se reerguer.
Concursada pública, desde 2016 trabalhava como professora do Centro de Educação Municipal Gente Inocente (local onde aconteceu a tragédia que abalou o país, quando um vigia noturno da instituição, Damião Soares Santos, 50 anos, ateou fogo pela creche, matando 10 vítimas e deixando 41 internadas). De acordo com um funcionário da prefeitura da cidade, Heley vinha realizando um excelente trabalho. Uma de suas maiores bandeiras na educação era a da inclusão social e infantil. Propunha métodos, buscava gerar interação entre alunos mais tímidos e era conhecida por ser extremamente amável com cada um deles. Além de bacharel em pedagogia, se especializou em educação inclusiva.
A professora, que trabalhava próxima a Damião, teve 90% do corpo queimado. Entrou em luta corporal contra o vigia, na tentativa de impedí-lo de incendiar å escola. Ainda foi levada com vida ao hopital, mas acabou não resistindo.



