Quantidade de ônibus que pegam fogo em Belém chama atenção para ausência de fiscalização
No final da manhã desta segunda-feira, 26, um ônibus foi consumido pelo fogo na avenida Assis de Vasconcelos, no centro de Belém. O ônibus da linha Icoaraci pertencente à empresa Belém-Rio, foi todo destruído pelas labaredas em pouco tempo.
Este foi o segundo ônibus da empresa Belém-Rio a pegar fogo em menos de uma semana. Na última quinta-feira, 22, um outro ônibus da linha Outeiro -São Brás foi destruído pelo fogo na avenida Almirante Barroso.
Parece estar virando rotina as cenas assustadoras de ônibus pegando fogo nas ruas de Belém e a maioria envolve uma empresa: a Belém-Rio.
Logo no segundo dia de 2020 um ônibus da linha Icoaraci- Ver o Peso foi destruído pelo fogo na avenida Arthur Bernardes.
Há inúmeros outros exemplos, amplamente noticiados nos jornais locais e nas redes sociais.
MORADORES ATENDIDOS PELA BELÉM-RIO RECLAMAM DO SUCATEAMENTO DA FROTA
Os moradores dos bairros ou distritos atendidos pela empresa Belém-Rio, reclamam do sucateamento da frota de ônibus da empresa. Há ônibus sem algumas poltronas, outras estão quebradas, há buracos no chão, o sinal para descer muitas vezes não funciona, janelas emperradas e quando chove, costuma molhar dentro.
O resultado é que, além dos incêndios, os ônibus da Belém-Rio são campeões em “pregar” no meio da viagem.
Em agosto deste ano os moradores do distrito de Outeiro interditaram a ponte de acesso ao distrito em protesto contra a precariedade do transporte coletivo que atende a ilha. As duas linhas – Outeiro/São Brás e Outeiro/P.Vargas – são concessões da empresa Belém-Rio.
A revolta aconteceu após dois ônibus pregarem próximo ao bairro Fidélis. Revoltados, os passageiros fecharam a ponte e depredaram os dois ônibus.
AUSÊNCIA DE FISCALIZAÇÃO REVOLTA POPULAÇÃO
A Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (SEMOB) é o órgão responsável por fiscalizar e autuar as empresas de Belém que não cumprem com o estabelecido nos decretos referentes ao transporte coletivo.
A população que usa o transporte público de Belém cobra uma ação mais efetiva da SEMOB no que tange a fiscalização. Todos os dias esses usuários sofrem com ônibus lotados, quentes e sucateados.
A licitação do transporte público de Belém poderia resolver essa questão, uma vez que, ao invés da ordem de serviços, a empresa que quiser explorar alguma linha, terá que passar por processo de licitação e atender os requisitos pré-estabelecidos no edital.
No entanto, a licitação do transporte público da capital paraense está parada devido o Tribunal de Contas do Município (TCM) fazer questionamentos sobre prazo de concessão, o que poderia afetar o valor da tarifa.
Lembremos que a câmara municipal limitou, por pressão da oposição principalmente dos vereadores do PSOL, o tempo de concessão (para apenas 6 anos) o que de fato é pouco pra cobrir os investimentos iniciais. O ideal seria pelo menos 15 anos como em outras cidades.