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Projeto de reintrodução traz a ararajuba de volta aos céus de Belém

Iniciativa pioneira devolve a espécie à natureza e intensifica a educação ambiental na capital paraense

O projeto de reintrodução da ararajuba, liderado pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio), está trazendo de volta aos céus de Belém uma das aves mais emblemáticas da Amazônia. A iniciativa tem como objetivo restaurar a população da espécie na região e promover a conscientização sobre a importância da conservação da biodiversidade local.

No viveiro, as ararajubas são preparadas para retornar à natureza em um ambiente que simula as condições que encontrarão ao serem soltas. A vegetação do viveiro é semelhante à natural, e as aves aprendem a reconhecer e consumir alimentos locais. Além disso, são treinadas para identificar predadores, como jiboias e aves de rapina. Para isso, a equipe de biólogos liderada por Vilarta utiliza cobras vivas, colocadas em segurança perto do recinto, para observar as reações das ararajubas. As aves recebem uma nota de aprovação se emitirem gritos de alarme ao perceberem a presença dos predadores.

A educação ambiental é uma parte fundamental do projeto. A diretora do Ideflor-Bio, Monica Furtado da Costa, destaca a importância de aumentar a conscientização sobre a ararajuba, uma espécie importante para a propagação de frutíferas típicas da cidade. “O projeto intensificou a educação para aumentar a conscientização sobre a importância dessa espécie para a cidade de Belém”, afirma. As atividades educativas incluem a distribuição de cartilhas para estudantes, a criação de jogos infantis e uma exposição sobre a ararajuba no Parque Porto do Futuro.

O programa de reintrodução já mostra resultados positivos. Um estudo publicado em 2021 revelou que as aves liberadas foram bem-sucedidas em encontrar alimentos nativos, fugir de predadores e até se reproduzir. No entanto, a reintrodução nem sempre é fácil, especialmente para as ararajubas que foram capturadas anteriormente.

No viveiro, uma fêmea de ararajuba, anteriormente criada ilegalmente como animal de estimação, demonstra pouco medo das pessoas e interage com Vilarta. “Você pode até falar com ela e ela responde”, conta o biólogo, ressaltando os desafios de reabilitar aves que tiveram contato intenso com humanos.

A continuidade do projeto e o envolvimento da comunidade são essenciais para garantir que as ararajubas possam voltar a voar livremente nos céus de Belém, contribuindo para a manutenção do equilíbrio ecológico e a preservação da riqueza natural da Amazônia.

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