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Produção agrícola do Pará cresce 27,5% em 2024 e mantém liderança nacional em culturas estratégicas

Com valor de R$ 35,7 bilhões, estado se consolida como referência em dendê, cacau, açaí, mandioca e amplia presença em soja, milho e pimenta-do-reino.

O Pará encerrou 2024 com números expressivos na agricultura, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (12). O valor da produção das lavouras temporárias e permanentes chegou a R$ 35,7 bilhões, um aumento de 27,5% em relação a 2023, quando o total foi de R$ 28 bilhões.

O crescimento reflete tanto a força de culturas tradicionais — como açaí, cacau, mandioca, dendê e abacaxi, nas quais o estado é líder nacional — quanto a expansão de grãos como soja, milho e sorgo, além da valorização de produtos de alto valor agregado, como a pimenta-do-reino.


Ranking das lavouras por valor de produção (2024)

ProdutoQuantidade produzida (2024)Valor da Produção (R$)
Cacau137.455 toneladas7.716.788.000
Açaí1.612.142 toneladas7.448.789.000
Soja3.751.973 toneladas7.307.684.000
Mandioca3.966.227 toneladas4.640.906.000
Dendê3.130.177 toneladas2.229.561.000
Milho1.759.249 toneladas1.562.172.000
Pimenta-do-reino41.569 toneladas1.248.357.000
Abacaxi*290.432 mil frutos1.084.062.000
Banana425.275 toneladas1.080.902.000
Laranja261.114 toneladas426.150.000
Arroz148.884 toneladas233.792.000
Cana-de-açúcar1.213.359 toneladas152.720.000
Sorgo160.843 toneladas85.385.000

*No caso do abacaxi, a produção é contabilizada em mil frutos.


Força dos produtos amazônicos

  • Cacau e açaí estão no topo do ranking, com valores de produção superiores a R$ 7 bilhões cada. O cacau consolida o Pará como maior produtor do Brasil, e o açaí, além de ser símbolo cultural e alimentar, ganha cada vez mais espaço na exportação para mercados internacionais.
  • Mandioca e dendê reforçam a diversidade da agricultura paraense. A mandioca, cultivada em todo o estado, tem importância estratégica tanto para consumo interno quanto para a indústria. O dendê garante a liderança nacional, com destaque para uso em óleo vegetal e biocombustíveis.

Grãos em expansão

  • A soja já se tornou uma das três culturas mais valiosas no Pará, alcançando mais de R$ 7,3 bilhões em 2024. O avanço mostra a interiorização da fronteira agrícola, especialmente no sudeste e sudoeste do estado.
  • O milho e o sorgo vêm sendo impulsionados pela demanda de insumos para ração animal, acompanhando a expansão da pecuária.

Produtos de alto valor agregado

  • A pimenta-do-reino, mesmo com menor volume produzido (41 mil toneladas), alcançou mais de R$ 1,2 bilhão em valor. O Pará mantém posição de destaque no mercado nacional e internacional da especiaria.
  • O abacaxi, medido em frutos, e a banana seguem relevantes para a fruticultura, com valores superiores a R$ 1 bilhão cada.
  • A laranja, o arroz e a cana-de-açúcar aparecem com menor participação no total, mas ajudam a compor a diversidade agrícola do estado.

Análise do crescimento

O salto de 27,5% no valor da produção em 2024 pode ser explicado por três fatores principais:

  1. Aumento da área plantada, sobretudo para grãos como soja e milho.
  2. Valorização de preços no mercado interno e externo, em especial para cacau, açaí e pimenta-do-reino.
  3. Maior produtividade em culturas tradicionais, resultado de investimentos em tecnologia agrícola e adaptação às condições amazônicas.

Apesar dos números expressivos, a agricultura paraense enfrenta desafios relacionados à infraestrutura logística, escoamento da produção e necessidade de agregar mais valor localmente, por meio de indústrias de processamento.

Outro ponto estratégico é a sustentabilidade: com o avanço da soja e do milho, cresce a pressão para que a expansão ocorra de forma responsável, evitando impactos ambientais e sociais negativos.

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