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Proa de embarcação histórica encontrada na Doca será exposta em museu

Achado arqueológico nas obras da Nova Doca revela fragmento da história portuária da capital paraense.

A proa de uma antiga embarcação metálica, datada possivelmente do final do século XIX, foi descoberta durante as obras da Nova Doca, na Avenida Visconde de Souza Franco, em Belém. Na manhã desta quarta-feira (18), os primeiros passos para o resgate e conservação do achado arqueológico foram iniciados, com a supervisão da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop). O processo conta com o acompanhamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que autorizou as escavações para a retirada da peça.

De acordo com o arqueólogo Kelton Mendes, contratado pela empresa responsável pela obra, o resgate está sendo realizado com extremo cuidado para garantir a preservação do objeto, que será posteriormente musealizado. “Estamos nesse momento de salvamento arqueológico, evidenciando a embarcação para fazer toda a coleta necessária e a retirada dela, com o acompanhamento de mapeamento, desenho, registro fotográfico, todo o processo técnico”, explicou Mendes.

Musealização e memória histórica

Após ser resgatada, a embarcação será exposta no Memorial Amazônico da Navegação, localizado no Mangal das Garças, em Belém. A Secretaria de Cultura do Pará (Secult) está coordenando o processo de conservação da peça, que será mantida e restaurada pelo Museu do Estado do Pará (MEP), parte do Sistema Integrado de Museus e Memoriais.

“Esse material, que pela nossa avaliação inicial remete ao final do século XIX, foi abraçado pelo Museu do Estado do Pará. Ele vai receber a devida manutenção, tratamento e conservação para ficar exposto ao público”, informou Kelton Mendes.

Reflexão sobre a história urbana de Belém

O achado arqueológico oferece uma oportunidade para revisitar a história da formação urbana de Belém. Segundo o Iphan, a descoberta da embarcação traz à tona a importância das vias fluviais no desenvolvimento econômico e social da cidade. A área onde a peça foi encontrada já foi um entreposto portuário crucial para Belém, antes de passar por aterros e obras de urbanização que transformaram a região em um bairro comercial e habitacional, dissociado de suas origens ribeirinhas.

O resgate da embarcação não apenas preserva um fragmento importante da história local, mas também abre espaço para debates sobre como a cidade de Belém evoluiu ao longo dos séculos e como os rios e igarapés, outrora fundamentais para a locomoção e o comércio, perderam protagonismo com a modernização urbana.

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