Belém (PA) – O MDB bateu o martelo e parece ter optado por uma “solução familiar” para a candidatura à Prefeitura de Belém, nas eleições municipais 2020. Traduzindo, o clã Barbalho, que já tem o governador do Pará, Helder Barbalho; um senador da República, Jader Barbalho, pai do governador; e uma deputada federal, Elcione Barbalho, mãe de Helder, vai de José Priante, primo de Jader, como candidato do partido do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) a prefeito de Belém para os próximos quatro anos.
Priante? De novo? José Priante não é nenhuma “novidade”. Cumpre seu sexto mandato como deputado federal pelo MDB, disputou a Prefeitura de Belém, em 2008, mas perdeu no segundo turno. Ele também é o vice-presidente do MDB no Pará, preterido que foi, pois queria a presidência, que acabou ficando para Jader Filho (o Jaderzinho), como o próprio nome entrega, o irmão do governador.
Candidatura – No início deste ano, o site Antagonista já dava como certa a candidatura de Priante à Prefeitura de Belém, com apoio dos Barbalho. Resumindo: os Barbalho não querem largar o osso e querem manter a família no comando da política no estado do Pará.
Essa decisão pelo nome de Priante reforça a ideia de que Helder Barbalho está pouco se importando com as promessas políticas eleitoreiras que andou fazendo. A primeira descartada foi Úrsula Vidal, atual secretária de cultura do Estado, que, infantilmente ou não, perdeu o prazo de desincompatibilização do cargo público, ficando inelegível.
Outro que levou uma “bela rasteira” dos Barbalho foi Orlando Reis, o atual vice-prefeito de Belém, que pulou fora do barco tucano e se bandeou para o lado de Helder na eleição de 2018. A esperança de Reis de concorrer ao posto de mandatário do palácio Antônio Lemos caiu por terra com a revelação de que o candidato será Priante.
É o famoso “abraço de tamanduá” característico da família Barbalho.
José Priante – Priante, advogado de 56 anos, é primo do senador Jader Barbalho. Já foi vereador pela capital paraense, deputado estadual em cerca de 30 anos como político.
Segundo o site Antagonista, o deputado costuma figurar na lista dos mais faltosos do Congresso Nacional. Mesmo assim, tem bom trânsito na Casa. Em 2016, foi escolhido por Rodrigo Maia para ser o secretário de Comunicação da Câmara; no ano passado, em 2019, conseguiu a vaga de presidente da comissão especial que analisou a reforma da Previdência dos militares.
Alvo de inquérito – Mas pesa contra Priante a acusação de ter sido um dos deputados que foram “comprados” pelo ex-deputado Eduardo Cunha. No final de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito para investigar a suspeita de que Priante e outros deputados tenham recebido dinheiro para votar em Eduardo Cunha para a Presidência da Câmara, em 2015.
O candidato do MDB em Belém também já foi alvo de inquérito no Supremo no âmbito da operação Grand Canyon, que investiga irregularidades no Departamento Nacional de Produção Mineral do Pará.
Funcionário-fantasma – Além disso, em julho passado, a Procuradoria da República no Distrito Federal denunciou José Priante por manter um funcionário-fantasma durante mais de quatro anos quando era deputado federal.
Em vez de trabalhar no gabinete do parlamentar em Brasília, Jorge de Oliveira trabalhou como “cabo eleitoral” das campanhas de Priante e de outros quatro aliados de Jader no estado do Pará. Era uma espécie de secretário particular do MDB.
Tá tudo em casa!!!