Presos em operação que apreendeu R$ 5 milhões no Pará têm ligação com deputado Antônio Doido (MDB)

A investigação da Polícia Federal que apreendeu quase R$ 5 milhões em Castanhal, Pará, revelou conexões entre os envolvidos e o deputado federal Antônio Doido (MDB-PA), candidato à prefeitura de Ananindeua. O montante, composto por R$ 4,6 milhões encontrados em uma agência bancária e R$ 380 mil em um carro, seria utilizado, segundo as suspeitas, para a compra de votos nas eleições deste ano. As informações são de O Globo.

Dos três presos em flagrante, dois são policiais militares, e a Justiça converteu a prisão em preventiva. Um dos detidos tem um histórico de doações eleitorais para Antônio Doido, com repasses de R$ 23 mil em 2022 e R$ 20 mil em 2018. Outro suspeito alegou que o dinheiro seria para pagar funcionários de uma fazenda de Antônio Doido, da qual ele seria gerente.

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O advogado Ely Benevides de Souza Neto, que atua na campanha do deputado, também defende dois dos presos. Ele afirmou, no entanto, que sua participação na defesa é apenas eleitoral, e que o caso criminal está sendo conduzido por outro profissional. Antônio Doido foi procurado para comentar o caso, mas ainda não se manifestou.

Prisão preventiva e impacto nas eleições

A prisão foi homologada pelo juiz Daniel Bezerra Montenegro Girão, da 50ª Zona Eleitoral de Castanhal, que também determinou a quebra de sigilo telemático dos celulares apreendidos. Segundo o magistrado, a preventiva é necessária para garantir a lisura do processo eleitoral, especialmente com as eleições marcadas para este domingo (06/10/2024).

No domingo, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) negou um pedido de habeas corpus para os três presos, reafirmando a gravidade do caso. A relatora, Rosa de Fátima Navegantes de Oliveira, destacou que “a possível utilização de enorme quantia de dinheiro em compra de votos representa uma ameaça à integridade das eleições”.