A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, provocou polêmica ao utilizar suas redes sociais para instigar a militância contra o jornal Estadão e a jornalista Andreza Matais, editora-executiva de Política e chefe da sucursal do jornal em Brasília. A motivação dos ataques foi a cobertura do Estadão sobre reuniões de Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “dama do tráfico amazonense”, com secretários do Ministério da Justiça.
Gleisi compartilhou informações falsas, provenientes de um site favorável ao governo Lula, alegando que o Estadão teria sido denunciado ao Ministério Público do Trabalho. Usuários do X destacaram que a denúncia era baseada em prints não verificados de um formulário online de denúncias, sem envio real ao Ministério Público.
A postagem da líder petista gerou mais de mil compartilhamentos e milhares de comentários, impulsionando uma onda de ataques também por parte de outros políticos e influenciadores de esquerda. O youtuber Felipe Neto direcionou novos ataques à jornalista Andreza Matais, posteriormente apagando a postagem, que foi substituída por outra atacando apenas o Estadão.
Diante da campanha difamatória, o Estadão considera medidas legais em resposta aos ataques contra seus jornalistas. O diretor executivo de jornalismo do Grupo Estado, Eurípedes Alcântara, afirmou que a reação evidencia a incapacidade de certos setores em lidar com o jornalismo independente.
A jornalista Andreza Matais, alvo dos ataques, expressou preocupação com a perseguição, destacando que essa prática não é inédita e lamentando o ocorrido. A repercussão negativa motivou críticas de jornalistas de diversos veículos e profissionais de diferentes áreas.
A reportagem em questão revelava encontros da “dama do tráfico” com altos funcionários públicos e provocou mudanças nas regras de acesso ao Ministério da Justiça. Luciane Farias esteve em reuniões na sede do ministério, e o episódio levou à revisão dos procedimentos de entrada de visitantes. Em nota, o Estadão reitera a qualidade da apuração da reportagem e rejeita os ataques difamatórios.