Prefeitura de Belém usa linguagem neutra em site oficial
A prefeitura de Belém utilizou linguagem neutra em uma matéria publicada no seu site oficial, a Agência Belém. Com o título “Prefeitura de Belém prepara alunes LGBTQIA+ para cursos de capacitação” a matéria aborda a capacitação da população LGBTQIA+ dentro do programa “Donas de si”, bem como a concessão de microcrédito para essa parcela da população através do Banco do Povo.
O uso do pronome neutro também aparece no corpo do texto da matéria em questão: “Os alunos, alunas e alunes do Donas de Si terão prioridade na obtenção do benefício”, diz o último parágrafo. É a primeira vez que este tipo de linguagem, usado bastante nas redes sociais, aparece em um texto formal da Agência Belém.
O texto foi escrito pela jornalista Enize Vidigal. Segundo o blog de Dedé Mesquita, Enize foi assessora de comunicação de Edmilson Rodrigues na Câmara Federal e tem passagem pelos jornais O Liberal e Diário do Pará. Atualmente ela está na comunicação do Banco do Povo, mas até o início deste ano era coordenadora-adjunta da Comus/ Agência Belém.

Pronome neutro – É a substituição dos artigos feminino e masculino por um “x”, “e” ou até pela “@” em alguns casos. Assim, “amigo” ou “amiga” virariam “amigue” ou “amigx”. As palavras “todos” ou “todas” seriam trocadas, da mesma forma, por “todes”, “todxs” ou “tod@s”. A mudança, como é popular principalmente na internet, ainda não tem um modelo definido.
Os defensores do gênero neutro também defendem a adoção do pronome “elu” para se referir a qualquer pessoa, independente do gênero, de maneira que abranja pessoas não-binárias ou intersexo que não se identifiquem como homem ou como mulher. Portanto, os defensores da linguagem neutra acreditam que seu uso seria uma forma de inclusão de todas as pessoas, independente do gênero e da identidade de gênero.
Norma culta – De acordo com a norma padrão da língua portuguesa, o artigo masculino cumpre papel de pronome neutro no plural. Por exemplo, se um grupo de pessoas é composto por homens e mulheres, mesmo que majoritariamente feminino, pode-se referir às pessoas do grupo como “eles” ou “todos”.
Por isso, vestibulares ou concursos públicos que exigem o uso da norma culta da língua não permitem o uso da linguagem neutra.
Afinal, leitores, qual sua opinião sobre o uso desta linguagem: você é a favor ou contra?



