A prefeitura de Belém interrompeu as obras de reurbanização da avenida Augusto Montenegro, uma via estratégica que atravessa diversos bairros em expansão na capital paraense. Após a entrega de um pequeno trecho de dois quilômetros entre o terminal Maracacuera e o Atacadão, em julho, a movimentação nas obras foi gradualmente diminuindo até cessar completamente. A paralisação preocupa moradores e comerciantes locais, que já enfrentam os impactos de um projeto inacabado.
Segundo a Secretaria de Urbanismo (Seurb), o cronograma inicial previa que, até outubro de 2024, a urbanização alcançasse o bairro do Tenoné, e até dezembro deste ano, chegasse ao Tapanã. No entanto, no último dia de outubro, esses marcos não foram cumpridos, alimentando incertezas sobre a continuidade e conclusão das obras.
A reurbanização da avenida Augusto Montenegro, que se estende por 8 quilômetros de ida e volta entre Icoaraci e o Tapanã, já alcançou 50% de avanço neste trecho específico. O projeto, iniciado em 2011 na gestão do ex-prefeito Duciomar Costa, deveria ter sido concluído em 18 meses, mas enfrenta atrasos que se arrastam por mais de uma década. Sob a administração de Edmilson Rodrigues, a prefeitura atribui a demora às falhas de gestões anteriores.
A obra inclui a execução de terraplenagem, drenagem, pavimentação, calçadas, ciclovias, paisagismo e instalação de iluminação LED. Do projeto original, que vai do Entroncamento até Icoaraci, 70% já foram concluídos.
A obra foi dividida em três etapas: a primeira, do Entroncamento ao Mangueirão, foi finalizada com todos os serviços concluídos. A segunda etapa, que vai do Mangueirão à rotatória do Tapanã, está 80% pronta, restando ajustes de urbanização e paisagismo, segundo Lélio Costa, secretário de obras. Já a terceira e mais extensa etapa, que vai da rotatória do Tapanã até a estação Maracacuera em Icoaraci, avançou de forma desigual. Enquanto a via no sentido Tapanã-Icoaraci foi finalizada com serviços completos de drenagem, terraplenagem, iluminação e pavimentação, o sentido oposto ainda requer mais obras.
O projeto, que começou com um orçamento inicial de R$ 422 milhões, já ultrapassou R$ 1 bilhão ao longo de mais de uma década de trabalho. A etapa atual está orçada em R$ 206 milhões, com R$ 139,9 milhões financiados pelo FGTS por meio do programa Avançar Cidades e R$ 67 milhões de recursos municipais.