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Prefeitura de Belém cobra explicações da Ciclus após incêndio no Lixão do Aurá

Fumaça afeta bairros de Belém enquanto investigação apura responsabilidade da empresa contratada para gerir resíduos

Um incêndio de grandes proporções foi registrado na área do antigo Lixão do Aurá, em Ananindeua, e tem provocado impactos em vários bairros de Belém. A fumaça intensa, iniciada na noite de terça-feira (10), se espalhou por bairros como Jurunas, Cremação e Curió-Utinga, causando mau cheiro e dificultando a respiração de moradores.

O local onde ocorreu o incêndio, oficialmente desativado, ainda é utilizado de forma irregular, segundo denúncias. Uma das suspeitas é de descarte indevido de lixo hospitalar por parte da empresa Ciclus Amazônia, contratada pela Prefeitura de Belém durante a gestão do ex-prefeito Edmilson Rodrigues. Caçambas da empresa teriam sido vistas despejando resíduos na área.

A Secretaria Municipal de Zeladoria e Conservação Urbana (Sezel) informou que as causas do incêndio estão sob investigação do Corpo de Bombeiros e da Polícia Científica. Em nota, a Sezel declarou que a empresa Ciclus é responsável pela segurança do local, conforme contrato vigente.

A Prefeitura de Belém afirmou que irá cobrar esclarecimentos da empresa e solicitar reforço na segurança e fiscalização da área. A administração municipal também acompanha os desdobramentos da investigação.

CPI para apurar atuação da Ciclus

Paralelamente, a Câmara Municipal de Belém articula a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação da Ciclus Amazônia. A proposta foi apresentada pelo vereador Michell Durans e já conta com o número necessário de assinaturas para ser submetida ao plenário.

A empresa poderá ser responsabilizada por descarte irregular de resíduos, danos ambientais e risco sanitário, especialmente se for comprovado o despejo de lixo hospitalar fora das normas. Em caso de confirmação das irregularidades, a Ciclus pode sofrer sanções administrativas, contratuais e judiciais.

Ciclus se manifesta

A Ciclus Amazônia informou que o incêndio no Aterro do Aurá ocorreu em uma área chamada “Pátio 1”, que não é operada pela empresa e, segundo autoridades, é alvo de ocupações irregulares e possível atuação criminosa. A empresa acionou o Corpo de Bombeiros, a Prefeitura e as forças de segurança, prestando apoio à contenção do fogo. Ninguém ficou ferido.

A empresa afirmou também que cumpre normas ambientais e aguarda licenciamento para encerrar e remediar a área do Aurá, além de seguir com o processo para implantação de um novo Centro de Tratamento de Resíduos na Região Metropolitana de Belém. A estrutura contará com tecnologias para tratamento de chorume, captação de biogás e geração de energia.

A Ciclus reafirma seu compromisso com a legalidade e a responsabilidade socioambiental, e nega qualquer ligação com a origem do incêndio.

Veja a nota na íntegra:

A Ciclus Amazônia, responsável pela gestão de resíduos sólidos em Belém, informa que o incêndio registrado recentemente ocorreu no chamado “Pátio 1” do Aterro do Aurá, área não operada pela Ciclus e historicamente marcada por ocupações irregulares, segundo as autoridades de segurança, associado à atuação de organizações criminosas.

Assim que tomou conhecimento do incidente, a Ciclus Amazônia acionou o Corpo de Bombeiros, a Prefeitura de Belém e as forças de segurança, prestando total apoio às ações de contenção das chamas. Ninguém ficou ferido. Desde então, a empresa segue colaborando com as autoridades na apuração dos fatos e permanece à disposição para fornecer todos os esclarecimentos necessários.

Além disso, a companhia cumpre rigorosamente as normas ambientais e está com pedido de licenciamento ambiental para encerramento e remediação da área junto aos órgãos competentes, bem como segue, também, com o licenciamento do novo Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) da Região Metropolitana de Belém. A estrutura contará com sistemas modernos de tratamento de chorume, impermeabilização com materiais geossintéticos e captação de biogás, com possibilidade de aproveitamento energético, seja para a produção de eletricidade ou biometano. Ambos os projetos seguem as melhores práticas de engenharia, normas técnicas e legislações ambientais aplicáveis.

Por fim, a Ciclus Amazônia reitera seu compromisso com a legalidade, a responsabilidade socioambiental e a transparência, e repudia qualquer tentativa de associação indevida com o incêndio, no qual apenas se envolveu para controlar e extinguir em respeito e proteção ao restante da área e das vizinhanças.

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