A Prefeitura de Cametá, no nordeste paraense, despendeu mais de R$ 2 milhões nos eventos do Carnaval local, enquanto enfrenta uma investigação por parte do Ministério Público do Estado do Pará e críticas de moradores quanto ao abandono do município durante a gestão do atual prefeito.
Segundo dados divulgados no Diário Oficial do município, aproximadamente R$ 670 mil foram destinados à contratação de artistas regionais, enquanto R$ 1.223.025,00 foram direcionados para uma empresa especializada na confecção de material de comunicação visual. O Carnaval de Cametá, que teve duração de 6 dias, contou com a participação de artistas nacionais, totalizando mais de R$ 1 milhão em cachês. Além disso, segundo o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), foi desembolsado R$ 50 mil na contratação de uma empresa especializada em ornamentação e decoração carnavalesca nas ruas da cidade.
A Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e Desporto (SECULTD) informou que a Prefeitura contou com o apoio de empresas que patrocinaram a contratação de bandas nacionais, alegando a concessão de R$ 1.850.000,00 como medida para reduzir os gastos públicos. No entanto, em janeiro deste ano, o Ministério Público iniciou um procedimento administrativo para investigar os gastos no evento, denominado pela prefeitura como “o maior carnaval da Amazônia”.
A assessoria da Prefeitura de Cametá divulgou uma nota explicando os investimentos no Carnaval 2024, destacando que parte dos recursos veio do governo estadual, através da Fundação Cultural do Estado, e da Lei Aldir Blanc do governo federal. A nota também ressaltou o compromisso da gestão municipal com áreas como saúde, educação e infraestrutura.
Porém, relatos de moradores de Cametá apontam para uma realidade diferente. Eles denunciam a falta de comprometimento do prefeito Victor Cassiano com o município, citando escassez de medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde, ruas sem pavimentação e atraso nos salários dos servidores públicos, incluindo os garis.
