Prefeito de Ananindeua é criticado por criar Secretaria do Clima enquanto descuida da arborização da cidade
Com menos de 5% de ruas arborizadas, cidade enfrenta desafios ambientais e urbanísticos
O prefeito de Ananindeua, Doutor Daniel, está sendo alvo de críticas nas redes sociais após anunciar a criação da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento às Mudanças Climáticas. A iniciativa, embora alinhada à proximidade da COP30 em Belém, foi criticada, pois mostra a falta de prioridades do gestor, especialmente diante da baixa arborização das ruas da cidade.
Falta de verde e calor intenso
Ananindeua é uma das cidades brasileiras com menor percentual de arborização em ruas, registrando menos de 5%. A ausência de árvores é evidente em bairros como a Cidade Nova, região economicamente vibrante, mas com calçadas quase totalmente desprovidas de sombra. Em horários de sol intenso, como ao meio-dia, a falta de cobertura vegetal torna a circulação pela cidade um desafio para moradores e trabalhadores.
Enquanto isso, o conjunto Júlia Seffer, construído na época da Ditadura Militar, é uma das poucas áreas do município com arborização abundante, abrigando majoritariamente servidores públicos. O contraste ressalta o desequilíbrio no planejamento urbano.
Secretaria polêmica e a COP30
A criação da nova secretaria gerou especulações sobre o real objetivo da iniciativa, especialmente em um momento em que o prefeito enfrenta um isolamento político no contexto da COP30. A relação tensa entre Doutor Daniel e o governador do Pará, Helder Barbalho, é apontada como um dos fatores que limitariam a participação de Ananindeua no maior evento climático global.
Fontes afirmam que o prefeito tenta “tirar uma lasquinha” da COP30 sem implementar medidas concretas e eficazes, como a arborização das ruas. “Belém será a anfitriã da COP30 sob a liderança de Helder Barbalho, maior rival eleitoral de Daniel Santos. Com esse cenário, o espaço que o prefeito de Ananindeua terá na COP30 será praticamente nulo”, comenta uma fonte ligada à política local.
Prioridades questionadas
Enquanto a nova secretaria é vista por alguns como um esforço para inserir Ananindeua no debate climático global, outros questionam por que ações mais práticas, como o plantio de árvores e a padronização de calçadas, não estão sendo priorizadas. “O enfrentamento às mudanças climáticas começa com ações locais que impactem diretamente a qualidade de vida dos cidadãos. A arborização é uma dessas ações”, afirma um urbanista.