
Na noite de segunda-feira, 25, por volta das 22 horas, o governador do Pará, Helder Barbalho, fez este comunicado em seu perfil oficial no Twitter: “Amigos, passando pra informar que o número do meu celular foi clonado. Estarei cancelando o contato. Ignorem qualquer mensagem. Obrigado”.

Mas tem algo aí de muito estranho nessa história. Coincidentemente, na manhã desta terça-feira, 26, agentes da Polícia Federal de Brasília deram início ao cumprimento de mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em investigação dos gastos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, em especial, sobre possíveis fraudes na construção de hospitais de campanha no Estado.
Informações – A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), ligada ao presidente Jair Bolsonaro, parecia ter informações privilegiadas da Polícia Federal, o que ela rebateu nesta terça-feira, 26.
Isso porque a parlamentar talvez tenha antecipado, em uma entrevista concedida à Rádio Gaúcha na segunda-feira 25, uma operação que investiga irregularidades de alguns governadores do país durante a pandemia do coronavírus. Zaira disse, em entrevista à CNN Brasil, na manhã de terça-feira, que não é verdade que ela tenha informações privilegiadas, isso porque ela se informa “com o desenrolar dos acontecimentos que vê no dia a dia”.
Repercussão – Os internautas não deixaram passar em branco a notícia da clonagem do celular de Helder.

Como foi divulgado, o empresário André Felipe de Oliveira, preso na quarta-feira, 13, pela Polícia Federal, em Brasília (DF), disse em depoimento, que “encaminhou mensagem para o governador Helder Barbalho, via aplicativo [WhatsApp] , informando sobre os aparelhos que teria disponível para a venda”.
Então, essa ‘clonagem’ do celular de Helder Barbalho foi mais que providencial.
Investigação – A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu abertura de inquérito no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra o governador Helder Barbalho por suspeitas de corrupção e superfaturamento em compras emergenciais durante a pandemia, na semana passada.
Além de Helder Barbalho, a PGR pediu abertura de investigação contra os governadores Wilson Witzel, do Rio de Janeiro; e Wilson Lima, do Amazonas.