Por que Belém tem o menor PIB Per Capita entre as capitais?

Hoje de manhã no Bom dia Brasil o prefeito eleito de Vitória do Xingu foi perguntado sobre qual seria sua prioridade como gestor. Ele respondeu à repórter da TV Liberal que o seu grande desafio será atrair empresas para a cidade, pois a prefeitura é a principal empregadora e isso tem que acabar.
Uma luz em um estado onde os prefeitos acostumaram a ser cabide de empregos.
Um dia antes a entrevista acima, o IBGE lançou o PIB dos municípios brasileiros referente ao ano de 2018. Naquele ano Belém ficou na lanterna entre as capitais brasileiras por PIB per Capita ( soma da riqueza gerada em 1 ano dividido pela população).
Com PIB de R$ 31,485 bilhões e uma população de 1.5 milhões, cada belenense receberia pelo que gerou em um ano cerca de R$21 mil (A Vitória do Xingu do início do texto tem o sétimo maior entre todos os municípios brasileiros). Pode parecer muito, por mês seria um salário de R$1.750,00. Mas comparado com outras capitais, estamos atrás. Por quê?
Outras capitais do mesmo porte e até nossa vizinha São Luís do Maranhão estão à frente de Belém em geração de riqueza. A capital paraense parou o tempo e hoje não consegue mais ser atrativa para atrair investimentos privados industriais que gerem emprego e renda.
A cidade vem passando por sucessivas gestões que deixam a desejar, com gestores desatentos a atrair e facilitar a instalação de negócios na cidade. Não há um desejo de trazer empresas para se instalar em Belém e as perspectivas futuras não são nada boas.
Uma metrópole como Belém tem que ser maior que serviços e turismo (porco). A cidade precisa formalizar e reinventar sua economia, dinamizar, mais que isso, desburocratizar o processo de abertura de negócios.
A culpa não é só do poder público municipal e estadual, parte dos belenenses também são culpados e trabalham contra a geração de riqueza na cidade. Outro dia escrevemos sobre atraso na elaboração do novo Plano Diretor e que vem atrapalhando na geração de empregos na cidade, o texto saiu após uma polêmica em relação ao centro histórico de Belém.
Uma atualização do gabarito na área de entorno do centro histórico gerou uma reação desproporcional. O provincianismo de certas figuras influentes de Belém – que acham que ainda estamos no período áureo da borracha – é uma ode ao atraso, pois influência os mais jovens, os mesmos que depois irão para o Sul do Brasil em busca de oportunidades.
São essas pessoas que acham que vivemos em alguma cidade provinciana do interior, não em uma metrópole com todos os seus contornos e desafios. E por isso lutam para que Belém seja como dos sonhos deles, não uma cidade para seus 1.5 milhões de habitantes.
Com um elite política e econômica medíocre, não poderíamos estar em outra situação se não na última posição. E não é só em PIB Per Capita. Belém está ficando para trás em vários outros indicadores.
As eleições municipais deste ano é uma amostra de que mudar a mentalidade anticapitalista de parte dos belenenses vai levar um tempão. Até lá, vamos ficando para trás, para trás.



