O mistério em torno do roubo de 60 livros raros do Museu Emílio Goeldi, ocorrido em dezembro de 2008, continua sendo objeto de investigação da Polícia Federal (PF), que até o momento conseguiu recuperar apenas três das obras desaparecidas, avaliadas em cerca de R$ 4 milhões.
Após reabrir o caso em 2023, a PF intensificou os esforços para desvendar o crime, trocando informações com polícias internacionais e adotando novas estratégias de investigação. A cooperação com autoridades como a Scotland Yard, em Londres, e a Polícia Federal Argentina tem sido fundamental para o avanço das investigações.
Dos 60 livros roubados, os investigadores conseguiram recuperar três volumes em diferentes momentos: um em 2014, outro em 2023 e o último em 2024. As obras foram encontradas sendo comercializadas em Nova York, Buenos Aires e Londres, respectivamente. Além disso, houve também uma devolução voluntária ao museu nesta semana.
Agora, o foco da investigação está em identificar os receptadores e intermediários que lucraram com a venda das obras roubadas. Utilizando novas ferramentas de perícia e contando com a cooperação internacional, os investigadores esperam traçar o caminho inverso para chegar aos responsáveis pelo roubo.
O último livro repatriado, intitulado “De India utriusque re naturali et medica” e datado de 1658, estava nas mãos de um colecionador em Londres até março de 2024, quando foi recuperado pela PF. Outras obras, como “Reise in Chile und auf dem Amazonstrome” e “Rerum Medicarum Novae Hispaniae”, também foram recuperadas em ações anteriores.
A instituição estava prestes a implementar medidas de segurança, como uma sala cofre e um novo sistema de monitoramento, mas os bandidos agiram antes, deixando poucos rastros. Os investigadores acreditam que pelo menos um estrangeiro pode estar envolvido no crime, possivelmente tendo visitado o Pará na época do roubo.