A Polícia Federal (PF) intimou na sexta-feira, 18, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro a depor no inquérito que apura a organização e o financiamento de atos antidemocráticos.
O depoimento deve ocorrer no dia 2 de outubro na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR). As informações foram divulgadas pelo advogado de Moro, Rodrigo Sánchez Rios. “A oitiva é motivada em razão de ele ter ocupado, à época dos fatos, a titularidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública”, diz a nota.
De acordo com a defesa, Moro será ouvido na condição de testemunha. O inquérito é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes no STF (Supremo Tribunal Federal) e foi aberto em abril, atendendo a um pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, depois da ocorrência de atos que defendiam o fechamento do Congresso Nacional, do STF e a volta da ditadura militar, pautas que são inconstitucionais.
O depoimento de Moro não foi solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), tal como ocorreu com as intimações da PF a Eduardo e Carlos Bolsonaro.
Inquérito – O inquérito tramita em sigilo no Supremo e já fechou o cerco sobre deputados, youtubers e influenciadores bolsonaristas. No último dia 10, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) prestou depoimento no caso. À PF, Carlos disse que nunca utilizou verba pública para manter perfis em redes sociais e que não é “covarde ou canalha” para contratar “robôs” para difundir conteúdo e omitir essa informação, em referência a programas que criam perfis falsos e compartilham postagem de forma automatizada.
Mais cedo, também na sexta-feira, a PF intimou a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) a depor no mesmo inquérito, mas a data ainda não foi definida.
A investigação também apura se o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) financiou sites que propagaram os atos antidemocráticos.
Em junho, o relator do inquérito, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que as investigações da Procuradoria-Geral da República (PGR) apontam a “real possibilidade” de atuação de associação criminosa voltada para a “desestabilização do regime democrático” com o objetivo de obter ganhos econômicos e políticos.
Foi Moraes quem autorizou buscas e apreensões contra apoiadores do governo Bolsonaro. O sigilo bancário de dez deputados e um senador, todos bolsonaristas, já foi quebrado no caso. Carlos e Eduardo não foram alvos dessas medidas.
Fonte: UOL