A família da jovem Luma Bony, de 23 anos, não tem dúvida de que o homem preso na manhã de sexta-feira, dia 9, em Belém (PA), acusado de divulgar vídeos íntimos na internet, é o responsável pela morte dela.
Segundo o pai de Luma, Bony Monteiro, dono da rede de academias Bony Fit, com uma filial em Santarém, região oeste do Pará, a filha dele teve imagens íntimas vazadas pelo acusado, que passou a chantageá-la. Luma não aguentou a pressão e acabou tirando a própria vida em novembro deste ano.
O homem preso na sexta-feira, 9, na casa dele, no centro de Belém, teria usado a mesma tática para chantagear, pelo menos, outras duas jovens.
As vítimas foram localizadas pelo pai de Luma, que não acreditou na versão de que a filha teria se matado sem motivo aparente.
“O que queremos agora é evitar que ele seja colocado em liberdade. Ele é uma ameaça para a sociedade e, com certeza, vai fazer outras vítimas”, contou o empresário.
Aproximação – O acusado, que não teve a identidade divulgada pela polícia, teria se aproximado de Luma após ela brigar com o namorado em uma festa. Mas logo em seguida, o nome dele foi revelado na internet. Trata-se de MAURÍCIO CÉSAR MENDES ROCHA FILHO, de 25 anos, que foi preso, investigado pela divulgação de um vídeo íntimo com Luma Bony. Os fatos teriam sido o motivo para que Luma tivesse tirado a própria vida, em um gesto de extremo desespero, há um mês.
As investigações apontaram que o suspeito MAURÍCIO FILHO teria ainda divulgado vídeos íntimos, sem autorização, de outra ex-namorada, além de ter ameaçado uma terceira vítima. Foram apreendidos dois smartphones do investigado, que serão periciados para esclarecer a possível prática de outros crimes contra a vítima.
Os dois trocaram telefones e a jovem acabou saindo com o homem, que, de acordo com a família, a dopou, estuprou e filmou toda a ação, passando a chantageá-la depois. “Ele publicou o vídeo em sua própria rede social e depois excluiu, apenas para amedrontá-la”, revelou Bony.
Além de Luma, o criminosos teria feito pelo menos outras duas vítimas em Belém com o mesmo modus operandi. Uma das jovens chegou a dar dinheiro e fazer compras para o acusado em seu cartão de crédito.
Segundo a polícia, o inquérito instaurado para apurar o caso segue em andamento. O homem foi encaminhado ao sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça.
Prisão – Maurício foi preso durante a 6ª fase da operação Exposed, deflagrada pela Divisão de Combate a Crimes Contra Grupos Vulneráveis Praticados Por Meios Cibernéticos (DCCV) da Polícia Civil do Pará. O objetivo é apurar crimes contra a dignidade de mulheres praticados pela internet.
A prisão ocorreu no bairro do Jurunas, em Belém. As investigações apontaram que o suspeito possuía histórico por já ter divulgado vídeos íntimos e ameaçado outras mulheres com quem teve relacionamento.
De acordo com a delegada Lua Figueiredo, titular da DCCV, o trabalho investigativo conseguiu reunir elementos suficientes contra o suspeito para que fosse representado pelos mandados cumpridos hoje.
Ela informou ainda que, durante a ação, foram apreendidos dois aparelhos celulares do suspeito. “O material apreendido será periciado para que a gente possa esclarecer todas as circunstâncias do crime e identificar se houve a prática de outros crimes contra a vítima”, informou.
Mais acusações – O histórico de ocorrência policiais contra Maurício Filho é extenso e vão desde acidente de trânsito, aparamente embriagado, até ameaças à sua madrasta quando ela estava grávida de 4 meses. As ameaças do enteado resultaram na concessão de medidas protetivas para a vítima. Maurício teve que se mudar da casa em que coabitavam, além de cumprir outras medidas restritivas e cautelares .
Fontes: portal Roma News, Agência Pará, portal Bruna Lorrane e redação do Jeso Carneiro