A Polícia Militar (PM) afastou os policiais envolvidos em uma ação durante tentativa de assalto a um carro de aplicativo, ocorrida na madrugada de sexta-feira, 11, em Belém. Três pessoas ficaram feridas, entre elas o motorista do veículo, vítima dos assaltantes. A família dos feridos questiona a ação dos militares. Veja reportagem aqui: Fotógrafo sofre tentativa de assalto, é baleado e registra prisão do assaltante em Belém
Em nota, a PM disse que os agentes foram “afastados das atividades operacionais para fins de avaliação psicológica, conforme determinam os protocolos internacionais para agentes de segurança”.
Irmã de uma das vítimas, Alethea Chaves, disse que ele estava muito atordoado após o ocorrido. “A gente não conseguia entender o que tava acontecendo, até que o rapaz que ‘tava’ no telefone passou o telefone para o socorrista e ele explicou o que tinha acontecido, que o meu irmão tinha sido baleado”.
Wecley levou três tiros, sendo que dois atingiram as costas dele. O atleta de futebol americano está internado.
Caso – O caso começou no conjunto Costa e Silva, no bairro de Souza, quando o motorista de aplicativo e fotojornalista, Cristino Martins, parou o carro para deixar um dos quatro passageiros em casa. A corrida foi interrompida por dois criminosos armados, que roubaram o grupo. Um dos assaltantes, então, assumiu a direção do veículo e o motorista e passageiros foram feitos reféns.
“Logo quando deu partida, um amigo do meu irmão se jogou do carro, ficou com várias escoriações, mas está bem”, disse uma das vítimas.
Ainda segundo o relato, uma viatura da PM que passava pelo local começou a perseguir o carro e os criminosos ficaram apavorados.
“Deu errado, mano, e agora, o que nos vamos fazer? Saíram em disparada, rumo à Almirante Barroso, sentido São Brás. No meio desse trajeto até a avenida Doutor Freitas, o motorista, que era um dos marginais, ordenava que o outro marginal atirasse e usando a expressão ‘dá uns pipocos’. Ele chegou a atirar de dentro do carro, o carro em movimento e a 100 por hora”, relata.
Tiroteio – Na av. Doutor Freitas, o criminoso perdeu o controle do carro, batendo no muro da Policlínica, quando começou um tiroteio. “Foram inúmeras balas na região traseira, que poderiam ter atingido a cabeça deles”, disse irmã da vítima. O carro ficou com várias marcas de balas.
“Eles gritavam que eram reféns, os passageiros, que não era para atirar, mas já estavam atirando”.
O motorista de aplicativo ainda tentou sair do veículo, mas foi atingido na perna pelos tiros.
“Quando levantei a vista, vi dois, três policiais com mira de pistola contra mim. E eu dizendo que era motorista de aplicativo, que eu era a vítima. E o policial mandando eu calar a boca, fica parado, dizendo ‘fica aí, fica aí no chão, mão pra frente’, e assim eu fiz, obedeci. Eles só vieram acreditar em mim quando saiu um passageiro e atestou pro policial, ‘não, ele é o motorista, eu também sou vítima'”.
Um criminoso foi morto no tiroteio. Outro assaltante foi preso. Uma das vítimas teve ferimentos leves.
“Eu tive muita sorte porque sei que já teve casos semelhantes, onde várias vítimas acabaram morrendo, sendo baleadas pela Polícia”, disse uma das vítimas.
Fonte: G1 Pará



