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Perfil no Instagram sobre caso Renata Cardim cobra justiça e mobiliza milhares de seguidores

Família acusa morosidade judicial e influência política por impunidade em feminicídio que completa 10 anos

Um perfil no Instagram, criado para cobrar justiça no caso do feminicídio de Renata Cardim, morta em Belém em 2015, ultrapassou 13 mil seguidores e reacendeu o debate sobre o crime, que completa dez anos sem desfecho judicial. O caso envolve Hélio Gueiros Neto, neto do ex-governador do Pará, Hélio Gueiros, acusado de matar a advogada por asfixia dentro do apartamento do casal.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Pará (MPPA), Hélio é réu por homicídio triplamente qualificado: feminicídio, asfixia e traição — caracterizada quando a vítima não tem possibilidade de defesa. O crime teria ocorrido durante a madrugada de 27 de maio de 2015, no Edifício Rio Nilo, na Travessa Dom Romualdo de Seixas, bairro Umarizal.

De acordo com as investigações, Renata foi sedada e, em seguida, morta por sufocação mecânica direta enquanto estava deitada na cama. Inicialmente tratada como morte natural, a causa do óbito foi alterada após exumação do corpo e novo laudo cadavérico.

Pressão nas redes sociais e críticas à Justiça

O perfil dedicado ao caso, administrado pela tia de Renata, Railene Cardim, publica fotos da vítima em diferentes fases da vida — desde a infância até o casamento — e atualizações sobre o processo. Também são exibidas reportagens nacionais e imagens do acusado em viagens internacionais, usadas para criticar a liberdade concedida a ele durante o andamento do caso.

Railene grava vídeos denunciando a lentidão da Justiça e a influência política que, segundo a família, contribuem para a falta de julgamento definitivo após uma década.

Andamento judicial

Atualmente, Hélio Gueiros Neto está proibido de deixar o país e teve o passaporte retido por decisão da Justiça, a pedido do MPPA. A denúncia aponta que o crime foi premeditado e motivado por conflitos conjugais. A defesa nega as acusações e sustenta que a morte foi acidental.

O processo, que agora corre sem sigilo, ainda aguarda decisão sobre a data de julgamento.

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