NOTÍCIANOTÍCIASOPINIÃO

Paulistas querem inviabilizar desenvolvimento do Pará e Amapá

Propostas acadêmicas ignoram realidades locais e ameaçam a economia e o desenvolvimento da Amazônia Atlântica.

A Universidade de São Paulo (USP), localizada a milhares de quilômetros da Amazônia, tem promovido debates que impactam diretamente o futuro da região, sem considerar as vozes daqueles que aqui vivem. A recente proposta de criação de um mosaico de áreas protegidas na Foz do Amazonas, que abarcaria uma área maior que países europeus, como Alemanha e Finlândia, gerou forte oposição dos senadores e do setor produtivo do Pará e do Amapá. Isso porque, ao propor a preservação de 35 milhões de hectares, os acadêmicos da USP parecem ignorar o fato de que essa medida poderia inviabilizar não só a exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial, uma atividade que promete trazer crescimento econômico para uma das regiões mais carentes do Brasil, mas outras importantes atividades econômicas nesses estados.

O senador Zequinha Marinho foi certeiro ao criticar a proposta, destacando que ela desvia o foco dos reais problemas enfrentados pela população amazônica. A miséria, agravada pela insegurança alimentar que afeta mais de 20% dos lares paraenses, parece não ser levada em conta pelos intelectuais que, de São Paulo, querem ditar os rumos da Amazônia. O Pará, que já tem 60% de seu território protegido, continua preso a uma lógica de conservação que não considera as necessidades urgentes de desenvolvimento da população paraense.

A USP, ao promover um seminário que parece mais focado em teorias e dados do que na realidade amazônica, peca por não incluir de forma significativa os que vivem e sofrem com as consequências de suas decisões. A comparação com a Guiana, que se beneficiou economicamente da exploração de petróleo e hoje projeta um crescimento de 33,9% no PIB, deixa claro o potencial desperdiçado no Brasil. Como questiona o senador Jader Barbalho, por que o Brasil deveria abrir mão de explorar suas riquezas quando outros países, inclusive desenvolvidos, já o fazem com responsabilidade ambiental?

O desenvolvimento da Amazônia Atlântica não deve ser sacrificado em nome de uma visão de preservação imposta de fora, sem diálogo com as comunidades que dependem da exploração sustentável de seus recursos. É hora de os paulistas entenderem que a Amazônia não é um laboratório distante, mas o lar de milhões de brasileiros que merecem ter suas necessidades atendidas. Enquanto isso não for compreendido, continuaremos a assistir tentativas de inviabilizar o progresso de regiões como o Pará e o Amapá, perpetuando a pobreza e o atraso.

Etiquetas

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar