A Polícia Civil do Amapá prendeu na sexta-feira, 19, o pastor Jeremias Barroso, de 50 anos, por acusações de assédio sexual contra fiéis, a maioria jovens. A detenção em caráter preventivo foi feira em Macapá, capital do estado do Amapá, após investigação da Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DCCM) baseada em relatos de vítimas. Ele nega ter cometido a prática criminosa.
A delegada Marina Guimarães, que atua no caso, convocou entrevista coletiva no fim da tarde de sexta-feira, para dar mais detalhes sobre as oitivas e o pedido de prisão.
Fraude – Ela informou que o pastor responde pelo crime de violação sexual mediante fraude, quando a vítima é induzida ao erro, por acreditar que determinada conduta é necessária e que vai fazer bem à pessoa.
“Ele se utilizava da condição de pastor, ele ludibriava as vítimas, se utilizava da confiança que elas depositavam nele, para abusar sexualmente delas. As vítimas, acreditando que o pastor estava fazendo aquilo para orar por elas, acabavam se deixando levar por aquele comportamento dele”, explicou.
Denúncias – As investigações iniciaram após três mulheres denunciarem a conduta do pastor à DCCM. Segundo a delegada, outras vítimas não registraram boletim de ocorrência por medo do suspeito.
“Iniciamos a investigação com três boletins de ocorrência. No decorrer foram surgindo novas pessoas, várias delas com muito receio do pastor porque consideravam ele uma pessoa perigosa. Vamos instaurar quantos inquéritos forem necessários para apurar a conduta do pastor”, afirmou.
A defesa de Barroso informou que foi surpreendida com o pedido de prisão, que o pastor nega as acusações e que os fatos relatados não aconteceram.
“Ele nega sim, não houve esses fatos relatados por essas vítimas, ele nega e no tempo oportuno trará as suas razões”, declarou o advogado Maurício Pereira.
Mandado de busca e apreensão – Além da prisão, o pastor também foi alvo de mandado de busca e apreensão. Ele foi encaminhado para exames na Polícia Técnico-Científica (Politec) e ainda na sexta-feira deverá ser levado para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
A defesa de Jeremias, que também é servidor público, completou ainda que outras medidas poderiam ter sido adotadas ao invés da prisão, considerada por ele demasiada.
“Os fatos a que ele responde não são contemporâneos, são fatos anteriores há mais de um ano, o que não justifica em hipótese alguma a prisão preventiva. Até justificaria medidas cautelares, adversas da prisão (…), mas a prisão preventiva representa realmente um imenso exagero, que será combatido pela defesa pelos meios legais”, completou Pereira.
Caso seja condenado, o pastor poderá cumprir até cinco anos de prisão por cada vítima confirmada.
Fonte: G1 Amapá