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Parque do Utinga comemora primeiros nascimentos de ararajubas em Belém

Projeto de Reintrodução e Monitoramento das ararajubas no Pará avança com nascimento de cinco filhotes genuinamente paraenses

Cinco filhotes de ararajuba nasceram no Parque Estadual do Utinga “Camillo Vianna”, em Belém, marcando um momento histórico para o Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas na Região Metropolitana da cidade. As aves, que já estão com cerca de dois meses, começam a observar o comportamento dos adultos enquanto se preparam para voar e se adaptar à vida em seu habitat natural.

Até recentemente, as ararajubas eram consideradas extintas nos arredores da capital paraense. Porém, com anos de pesquisa, dedicação e trabalho de campo, o cenário começou a mudar. Desde o início da iniciativa, 58 ararajubas já foram reintroduzidas na natureza.

Esses filhotes têm uma vantagem em relação às ararajubas que foram trazidas do aviário da Fundação Lymington, localizado em São Paulo, pois já estão familiarizados com o clima e alimentação do Pará. O biólogo Marcelo Vilarta, que atua no projeto, explicou que essa geração de filhotes é a primeira nascida da segunda etapa do programa. A última tentativa de reprodução, em 2018, não teve sucesso. “Desde então, não tivemos mais nascimentos, o que torna este momento ainda mais significativo”, explicou.

Um dos aspectos que tem contribuído para o sucesso do projeto é o comportamento colaborativo das ararajubas. Além dos pais biológicos, outros membros do grupo ajudam a cuidar, proteger e alimentar os filhotes. “Essa colaboração entre as aves é marcante e tem sido observada durante todo o processo, garantindo que os filhotes sobrevivam e se desenvolvam plenamente”, detalhou Vilarta.

O Parque Estadual do Utinga se consolidou como um ambiente seguro para a reprodução das ararajubas. O monitoramento contínuo realizado pela equipe do projeto assegura que, mesmo após deixarem o ninho, as aves possam ser guiadas por seus pais e pelo grupo. Caso necessitem de cuidados adicionais, a equipe está preparada para realizar o resgate.

O projeto de reintrodução, que agora entra em sua terceira etapa, deve expandir em 2024. Uma parceria entre o Ideflor-Bio e a Fundação Lymington prevê a ampliação do aviário, a construção de espaços voltados para a educação ambiental e a implementação de tecnologia para interação do público no Parque do Utinga. O objetivo é devolver mais 50 ararajubas ao seu habitat natural até a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém no próximo ano.

Para Luís Fábio Silveira, presidente da Fundação Lymington, o projeto é um símbolo de esperança e conservação. “Estamos provando que a união entre pesquisa científica, educação ambiental e gestão pública pode gerar resultados concretos. A reintrodução das ararajubas é um passo essencial para a preservação da biodiversidade do Pará”, concluiu.

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