A Seleção Brasileira feminina de futsal conquistou, no último domingo (7), o primeiro título da Copa do Mundo Feminina da modalidade, vencendo Portugal por 3 a 0 na grande final. E entre as protagonistas da campanha histórica esteve a paraense Ana Luiza, natural de Belém, que teve atuação decisiva ao longo da competição.
A pivô marcou quatro gols, distribuiu cinco assistências e se consolidou como uma das peças mais importantes da equipe. Nas redes sociais, celebrou o título com a medalha no peito citando um trecho de Belchior: “Deus é brasileiro e anda do meu lado”, frase que repercutiu entre torcedores e admiradores do futsal.
De Belém para o mundo
Com 25 anos, Ana Luiza acumula uma trajetória marcada por determinação. Criada em Belém, sempre conviveu com o esporte dentro de casa: a mãe foi jogadora de handebol, o pai atuou como atleta profissional e o avô foi treinador. “Meu primeiro brinquedo foi uma bola”, costuma dizer a jogadora.
O talento precoce lhe garantiu uma bolsa escolar e projeção nos Jogos Estudantis, até que, aos 14 anos, recebeu a primeira oportunidade fora do estado. Mudou-se para Santa Catarina acompanhada de duas amigas, em busca do sonho profissional.
A base sólida nas quadras deu resultado: após passagens por equipes de Santa Catarina e São Paulo, Ana Luiza recebeu sua primeira convocação para a Seleção Brasileira em 2019, tornando-se a atleta mais jovem do elenco naquele período.
Hoje, atua pelo Melila Torreblanca, da Espanha, após defender clubes como Female e Taboão da Serra no Brasil.
Superação após uma grave lesão
A carreira da paraense também tem capítulos de superação. Em 2022, Ana Luiza sofreu uma lesão grave no ligamento cruzado anterior (LCA), o que a afastou das quadras por quase um ano. A recuperação aconteceu na Espanha, longe da família, mas contou com apoio da equipe médica da Seleção.
“Foi a fase mais difícil da minha vida”, relembra. “Eu subia para assistir aos jogos e chorava. Doía não estar jogando”. O retorno gradual, acompanhado por fisioterapeutas e preparadores físicos, a reconduziu ao mais alto nível – até alcançar novamente a camisa da Seleção, desta vez para disputar o primeiro Mundial da história.
Responsabilidade e sonho realizados
A convocação para a Copa do Mundo emocionou familiares e amigos. Ana Luiza recebeu vídeos com reações da mãe e do primo, que chorou ao saber da notícia. “Ali caiu a ficha. Consegui”, disse a jogadora.
Sobre o peso de disputar o primeiro Mundial da modalidade, a pivô admite sentir a responsabilidade, mas encara com confiança: “Quero estar na história. Penso todos os dias em levantar a taça”.
E levantou.
O título mundial consolida a atleta paraense como um dos principais nomes do futsal feminino atual, reforçando o destaque da Amazônia no esporte nacional.



