O estado do Pará tem se consolidado como uma fronteira agrícola de destaque, de acordo com um levantamento inédito do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Três municípios paraenses – Igarapé-Miri, Paragominas e Dom Eliseu – estão entre os 100 mais poderosos do agronegócio brasileiro, mostrando o crescimento exponencial do estado no setor.
Igarapé-Miri aparece como a 35ª cidade mais rentável do agro no Brasil, com uma movimentação de R$ 2,575 bilhões em 2023. O município, conhecido como a capital do açaí, é responsável por quase metade da produção nacional da fruta, embora enfrente desafios em termos de desenvolvimento humano e infraestrutura compatíveis com sua riqueza econômica. Apesar do potencial econômico, a cidade ainda sofre com a falta de investimentos para alavancar seu desenvolvimento, deixando o açaí fazer sucesso em outras partes do país, muitas vezes vendido a preços altos e adulterado.
Expansão da soja
Paragominas e Dom Eliseu são outros dois gigantes do agro paraense, ocupando o 51º e o 96º lugares, respectivamente, no ranking nacional. Juntos, esses municípios formam parte do cinturão de expansão da soja na divisa com o Maranhão, com Paragominas movimentando R$ 2,045 bilhões e Dom Eliseu R$ 1,252 bilhão. O crescimento dessas regiões posiciona o Pará como um dos principais estados produtores de grãos no Brasil, consolidando a soja como uma das commodities mais importantes da economia local.
Outros destaques do agro paraense
Além da soja e do açaí, o Pará se destaca em outras culturas agrícolas. Na produção de cacau, os municípios de Medicilândia, Uruará e Placas são os três maiores produtores do país, enquanto Acará e Alenquer lideram a produção nacional de mandioca. Esses resultados demonstram a diversificação e a força do agronegócio no estado, que vem ganhando cada vez mais espaço na balança comercial brasileira.
O desafio de transformar riqueza agrícola em desenvolvimento
Apesar dos números impressionantes, muitos municípios paraenses ainda enfrentam dificuldades para transformar sua riqueza agrícola em progresso social e desenvolvimento econômico sustentável. A falta de infraestrutura e investimentos adequados é um dos principais obstáculos, como é o caso de Igarapé-Miri, que, apesar de sua robusta produção de açaí, não vê os frutos desse sucesso refletidos em melhorias significativas para sua população.