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Pará recebe G20 do Turismo em meio a crise ambiental e queimadas recordes

O estado do Pará, atualmente enfrentando uma das piores crises ambientais devido às queimadas, é palco do G20 do Turismo, que ocorre em Belém até o próximo sábado (21). O evento, que reúne mais de 40 delegações internacionais, incluindo membros do G20 e países convidados, tem como foco o desenvolvimento sustentável. Entretanto, a realização do encontro ocorre em um cenário de contradição, já que o Pará está entre os estados mais afetados pelos focos de calor no país.

Belém, cidade natal do ministro do Turismo Celso Sabino, recebe o evento enquanto o estado enfrenta uma situação de emergência de nível dois, decretada pelo governador Helder Barbalho (MDB) na última terça-feira (17), devido ao agravamento das queimadas e à seca. Com o aumento de 200% nos focos de incêndio em comparação ao mesmo período do ano anterior, a mobilização de todos os órgãos e entidades estaduais foi autorizada para enfrentar o “desastre” que afeta o território, impactando o abastecimento de água, a agricultura, a pecuária e a saúde da população.

Entre as cidades mais atingidas pelas queimadas estão Altamira, Jacareacanga, Itaituba, São Félix do Xingu, Novo Progresso e Ourilândia do Norte, que figuram entre os 20 municípios brasileiros responsáveis por 85% dos focos de calor do país. Em áreas de preservação ambiental, como a Terra Indígena Kayapó, um incêndio iniciado em agosto já consumiu mais de 67 mil hectares, segundo o programa Servir-Amazônia, da Nasa.

No contexto do G20 do Turismo, que se encerra no sábado (21), os debates sobre sustentabilidade ganham um tom ainda mais urgente. O evento finalizou na quinta-feira (19) um relatório técnico sobre o tema, que será apresentado na Cúpula Presidencial do G20, em novembro, no Rio de Janeiro. As discussões incluem medidas para conciliar o desenvolvimento turístico com a preservação ambiental, uma questão crítica para o estado do Pará.

O Brasil tem sido pressionado internacionalmente e internamente para combater os incêndios na Amazônia, um tema que mobilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou, em reunião recente com os presidentes do STF, Câmara dos Deputados e Senado, que o país não estava preparado para lidar com o problema na atual escala. Em resposta, Lula assinou uma medida provisória que destina R$ 514 milhões para o combate às queimadas na região.

Com a COP30 programada para ocorrer em Belém no próximo ano, o Pará se vê no centro das atenções globais sobre sustentabilidade, mas enfrenta o desafio de equilibrar a preservação de suas florestas com o desenvolvimento econômico.

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