O Pará foi ultrapassado pela Bahia e perdeu a posição de maior produtor de cacau do Brasil em 2023. De acordo com a Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), divulgada pelo IBGE nesta quinta-feira (12), a Bahia produziu 139.011 toneladas de amêndoas de cacau, superando as 138.471 toneladas do Pará. Em comparação com 2022, quando o Pará havia produzido 145.994 toneladas, o estado apresentou uma queda de cerca de 5,15% na produção.
A Bahia, que historicamente liderou a produção de cacau no país, enfrentou uma queda significativa nas últimas décadas após as lavouras serem devastadas pela praga conhecida como vassoura-de-bruxa. No entanto, a recuperação das plantações baianas e a expansão da área destinada ao cacau permitiram que o estado voltasse a assumir a liderança em 2023.
Já o Pará, que se destacou nos últimos anos, aproveitou o potencial do cacau nativo da Amazônia, com a região da Transamazônica impulsionando o crescimento da produção no estado. O Pará assumiu a liderança nacional pela primeira vez em 2017, perdeu a posição em 2018, mas retomou o primeiro lugar entre 2019 e 2022.
Produtividade e Valor de Produção
Embora a Bahia tenha superado o Pará em volume total, a produtividade por hectare ainda favorece o estado paraense. Em 2023, a Bahia destinou 425 mil hectares para a produção de cacau, enquanto o Pará utilizou apenas 162 mil hectares, mostrando uma maior eficiência nas lavouras paraenses. Mesmo com a menor área cultivada, o valor da produção no Pará foi expressivo, alcançando cerca de R$ 2 bilhões, um recorde histórico. Na Bahia, o valor da produção foi de R$ 2,3 bilhões.
Municípios paraenses se destacam
Apesar da perda da liderança nacional, o Pará ainda domina os primeiros lugares quando analisados os municípios produtores. Medicilândia, no estado, foi o maior produtor de cacau do Brasil em 2023, com aproximadamente 44 mil toneladas. Uruará, também no Pará, ficou em segundo lugar com 21 mil toneladas, seguido por Placas, com 12,8 mil toneladas. Ilhéus, cidade localizada no sul da Bahia, aparece apenas na quarta posição, com 8,9 mil toneladas.
