Um levantamento divulgado pela Folha de São Paulo nesta terça-feira (3) revela que o estado do Pará ocupa a segunda pior posição no Ranking de Eficiência dos Municípios (REM-F), superando apenas o Amazonas. O ranking avalia a capacidade de gestão dos municípios e dos estados em áreas essenciais, como saúde, educação e saneamento, comparando a receita per capita com os serviços prestados. Dez das 20 cidades com menor desempenho estão no Pará, sendo que oito delas estão localizadas na Ilha do Marajó.
Entre as piores, Bagre, no arquipélago do Marajó, aparece em último lugar no ranking nacional. A cidade, que enfrenta graves problemas de gestão pública, tem o prefeito Cleberson Rodrigues, conhecido como Clebinho, condenado por improbidade administrativa e envolvido em casos de fraude em licitações. Bagre reflete o cenário enfrentado por outras cidades da região, como Muaná, Cachoeira do Arari, Afuá e Portel, que também figuram entre as piores do país.
A capital do estado, Belém, não escapa das críticas. Entre as capitais brasileiras, Belém aparece em penúltimo lugar, à frente apenas de Maceió (AL) e Macapá (AP). Essa colocação revela desafios estruturais na administração pública paraense, com uma ineficiência que se reflete tanto nas grandes cidades quanto nas regiões mais isoladas.
Enquanto isso, cidades como Botucatu (SP), que lidera o ranking, mostram uma gestão voltada para resultados, com a criação de novas unidades de saúde e investimentos em infraestrutura hospitalar. O contraste expõe as dificuldades de desenvolvimento em estados da Região Norte, especialmente em áreas com acesso limitado a serviços básicos, como o Marajó, onde a pobreza e a exclusão social são desafios diários para a população.