Recentemente, casos trágicos envolvendo descargas atmosféricas foram registrados em diferentes partes do Brasil, alertando para a preocupante frequência desses eventos e suas consequências fatais. O Brasil é o país com maior incidência de raios no mundo, e estados como Amazonas e Pará se destacam como os mais atingidos, segundo dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Entre relatos de mortes e ferimentos, a comunidade científica mostra preocupação com a possibilidade de um aumento ainda maior na média anual de ocorrências de raios, impulsionado pelas mudanças climáticas em curso. Um recente estudo elaborado pelo Instituto Tecnológico Vale (ITV) revelou que, de 2018 a 2022, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul foram os estados com o maior número absoluto de ocorrências de raios.
A pesquisa aponta que, em média, o Brasil registra cerca de 110 mortes por ano devido a descargas elétricas, além de ferimentos em mais de 200 pessoas. Homens representam 82% das vítimas, com mais da metade delas sendo crianças ou jovens. A análise das circunstâncias revela que 26% dos casos ocorreram durante atividades em áreas rurais e 21% dentro de residências.
A cartilha produzida pelo ITV destaca medidas de proteção para trabalhadores de setores econômicos vulneráveis aos impactos dos raios, como agricultura, pecuária, mineração e construção civil. Recomenda-se também precaução durante atividades recreativas e práticas esportivas em terrenos abertos, além de evitar permanecer em rios e no mar durante tempestades.
Com as mudanças climáticas, prevê-se um aumento na intensidade e na frequência de tempestades, o que pode contribuir para um aumento ainda maior na incidência de raios. A comunidade científica alerta para a urgência na redução da emissão de combustíveis fósseis e no combate ao desmatamento para mitigar os efeitos dessas mudanças climáticas.
