Pará é o Estado com Mais Focos de Incêndio em 2024, Revela Relatório do INPE

O Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), revelou que a Amazônia registrou o maior número de queimadas e incêndios florestais em 17 anos, com quase 140 mil focos de janeiro até o início de dezembro de 2024. Esse período só fica atrás de 2007 em termos de intensidade. Em comparação com o mesmo período de 2023, houve um aumento superior a 40%. No total, o ano passado contabilizou quase 99 mil focos de incêndio.

Os dados do INPE indicam que a Amazônia continua sendo o bioma mais afetado pelo fogo no Brasil.

Pará na Liderança

O Pará, que sediará a COP 30 em 2025, é o estado que lidera o número de focos de calor, com 54.561 ocorrências registradas. Os municípios mais afetados são São Félix do Xingu (7.353 focos), Altamira (5.992) e Novo Progresso (4.787).

Em resposta ao aumento das queimadas, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) do Pará afirma que intensificou as operações de combate, principalmente em Santarém e outras áreas afetadas. Segundo a Semas desde o final de novembro, foram reforçadas as equipes com 40 novos bombeiros, totalizando 120 profissionais atuando nas frentes de combate. Além disso, foram incorporadas oito novas viaturas e abafadores de incêndio, somando-se às três já em operação. O apoio aéreo também foi ampliado com a inclusão de dois helicópteros para monitoramento e combate direto.

A nota da secretaria afirma que o monitoramento dos focos de incêndio é feito em tempo real por meio de satélites, permitindo uma resposta rápida e coordenada. A Semas também ressaltou que apenas 30% do território do Pará está sob jurisdição estadual, enquanto os outros 70% estão sob administração federal, o que exige uma coordenação entre os níveis de governo. Para reforçar as ações, o estado solicitou apoio federal em setembro de 2024, incluindo recursos adicionais para o combate às queimadas. O Pará também participa do Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (CIMAN), coordenado pelo governo federal, que reúne representantes das esferas federal e estadual para coordenar as ações de combate.